A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com a maior queda do ano nesta terça-feira, acompanhando o movimento de venda de ações registrado no mundo todo, um dia antes da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve.

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A preocupação sobre juros maiores nos Estados Unidos e crescimento econômico menor provocou queda de 4,54% do Ibovespa, maior baixa do ano, para 36.413 pontos. O volume financeiro foi de R$ 2,561 bilhões.

Dólar

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O Banco Central voltou a atuar no mercado como objetivo de conter a alta acentuada do dólar, verificada desde o início das operações desta terça-feira. A instituição anunciou a venda de 8 mil contratos de swap cambial, equivalentes a US$ 399 milhões. Os contratos têm como vencimento 3 de julho de 2006 e foram negociados a uma taxa nominal de 2,66%.

Depois da notícia do leilão, o dólar, que avançava mais de 3%, cotado a R$ 2,351, amenizou o ritmo de alta, fechando com variação de 1,63%, sendo vendido a R$ 2,312. O leilão de swap cambial "tradicional" não era realizado desde agosto de 2004.

Risco

O risco-país, medido pelo EMBI+ Brasil, calculado pelo Banco JP Morgan Chase, subiu 5,24%, chegando aos 281 pontos. Também chamado de Risco Brasil, é um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira. No cenário externo, o mau humor dominou as bolsas, que fecharam em queda na Ásia, Europa e Estados Unidos.

O Banco Central Europeu anunciou que pode elevar a taxa de juros em sua reunião de 8 de junho em Madri. O anúncio foi feito pelo membro do conselho de administração do BCE, Guy Quaden, em discurso nesta terça-feira, acrescentando que a medida não deve impedir o crescimento econômico.

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- Não se exclui que o Conselho de Administração vá tomar a decisão de novo aumento durante sua próxima reunião no início de junho. Mesmo com essa hipótese, a taxa de juros do BCE ainda vai se comparar favoravelmente às taxas de juros que tínhamos em nossos países antes da introdução da união monetária e ela não deverá ser considerada um obstáculo para o crescimento da economia - declarou.

Para o economista e diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, há uma certa "ansiedade" no mercado por notícias novas e, com isso os ânimosficam mais instáveis, o que acaba sendo repassado para o comportamento do preço dos ativos e indicadores.

- Sem convicções efetivas, restabelecem-se incertezas e inseguranças e, com isso, verifica-se uma tendência momentânea de operar com a pior perspectiva, o que acaba por colocar os mercados em um panorama negativo - explica Nehme.

De acordo com analista, os dados mais recentes da economia americana até não têm sido ruins e propagadores de pessimismo, mas as manifestações inconclusivas do presidente do Fed, Ben Bernanke, alimentam as incertezas.

- Por isso, a ata da última reunião ainda continua sendo aguardada com expectativa nesta quarta-feira,pois pode trazer alguma sinalização do que Bernanke não soube ou não conseguiu transmitir para o mercado,ainda - diz.

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A divulgação do índice de confiança do consumidor americano nesta terça-feira indicou forte queda para 103,2, abaixo dos 109,8 em abril, interrompendo os bons resultados desde novembro de 2005. A preocupação geral é com o curto prazo da economia, o mercado de trabalho e a renda do consumidor.