A Bolsa de Valores de São Paulo ampliava ainda mais os ganhos nesta segunda-feira, seguindo a reação eufórica dos mercados internacionais às medidas de governos para evitar o aprofundamento da crise financeira.
Às 12h46, o Ibovespa dava um salto de 9 por cento, para 38.813 pontos. O giro financeiro da sessão era de 2 bilhões de reais.
Nas últimas sete sessões, o índice havia desabado 28,5 por cento com mais temores de recessão global e de que outras grandes instituições financeiras entrassem em colapso.
A forte recuperação dos mercados seguia-se a anúncios de governos em todo o mundo, principalmente na Europa, para resgatar o sistema financeiro, incluindo garantia de depósitos de bancos e aquisição de participações.
Em Wall Street, o índice Dow Jones avançava mais de 6 por cento. O principal índice de ações europeu fechou com alta superior a 9 por cento.
De acordo com operadores, a ação coordenada de governos desta vez parece ter aplicado um torniquete no pânico generalizado da semana anterior. "O conjunto de medidas foi bastante abrangente", comentou Carlos Alberto Ribeiro, diretor da Novação Distribuidora.
No Brasil, o Banco Central decidiu pré-disponibilizar recursos de depósitos compulsórios equivalentes a 100 bilhões de reais. O volume poderá ser liberado de acordo com as necessidades de liquidez dos mercados.
Esse movimento produzia uma recuperação generalizada do Ibovespa, com valorização de todas as 66 ações que compõem a carteira teórica. Os ganhos só não eram maiores porque o desempenho das blue chips era mais modesto.
Petrobras avançava 6,4 por cento, a 25,54 reais, enquanto Vale exibia ganho de 8,8 por cento, para 26,43 reais.
O setor financeiro era um dos principais responsáveis pela disparada do índice, sob liderança de Redecard, com avanço de 13,8 por cento, a 24,58 reais. BM&F Bovespa dava um salto de 13,9 por cento, para 8,43 reais. Banco do Brasil subia 11,4 por cento, cotada a 15,60 reais.
Outro setor em destaque era o de empresas ligadas a consumo. Lojas Americanas puxava a fila no segmento, com uma disparada de 15,5 por cento, a 5,80 reais.
A expectativa de crescimento ainda forte do mercado de consumo em 2009 foi um dos motivos listados pelo banco Morgan Stanley para elevar fortemente a recomendação de investimento em países emergentes.
"O time de economistas do Morgan Stanley agora prevê que 100 por cento do crescimento econômico mundial em 2009 virá dos países emergentes", afirmou o banco em relatório.
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