A bolsa paulista fechou o pregão desta quarta-feira com ganhos expressivos, acompanhando a forte recuperação dos pregões em Wall Street, onde o S&P 500 avançava quase 2% na etapa final dos negócios, em meio à repercussão do comunicado da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
A sessão local ainda foi marcada pelos vencimentos dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.
O Ibovespa encerrou em alta de 3,63%, a 48.713 pontos, o maior ganho de fechamento desde 21 de novembro e com apenas três papéis do índice no vermelho.
O volume financeiro somou 20 bilhões de reais, inflado por operações atreladas ao exercício de opções sobre o Ibovespa.
Wall Street sustentou ganhos ao longo da sessão em meio à retomada dos preços do petróleo, após a divulgação de dados de estoques norte-americanos, com a alta acelerando após o Fed, banco central norte-americano afirmar que pode ser "paciente" no início da normalização da política monetária.
Na Bovespa, a decisão do Fed repercutiu apenas no ajuste de fechamento, reduzindo um pouco a alta, em uma sessão marcada por variações atípicas.
Papéis de bancos, particularmente Itaú e Bradesco, responderam pela principal influência positiva no Ibovespa, mas foram as ações do setor siderúrgico que ocuparam lugar de destaque entre as altas do índice, mesmo com analistas mantendo uma visão cautelosa para essa indústria.
No caso das produtoras de aço, circularam rumores nas mesas de operações sobre eventual fim de descontos da China nos impostos de exportação de alguns produtos siderúrgicos, o que beneficaria empresas do setor no resto do mundo.
Usiminas engatou o terceiro dia de ganhos fortes, enquanto segue a disputa entre a Nippon Steel e a Ternium pelo controle da siderúrgica, o que acabou contaminando a CSN, que detém ações da Usiminas. Gerdau acompanhou, embora em intensidade menor.O desempenho dos papéis da Petrobras, no centro de um escândalo de corrupção, também ajudou, com as preferenciais em alta de 2,99%, conforme segue a expectativa em relação a eventuais mudanças na direção da companhia.
A presidente da estatal, Maria das Graças Foster, afirmou nesta quarta-feira que ficará no cargo enquanto a presidente Dilma Rousseff quiser, mas não descartou eventual saída de toda a diretoria para que a publicação do balanço auditado ocorra.Declarações de membros da equipe econômica do segundo mandato de Dilma também repercutiram positivamente. O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçou o cenário de ajuste fiscal, enquanto o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o país está num momento de acertos da economia.
"É o que as pessoas querem ouvir", disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco, que pediu para não ter o nome citado.