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Mercado financeiro

Bovespa é arrastada pelas bolsas dos EUA e cai 3,9%

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já perdeu mais de 25% nos últimos seis dias, sem que o mercado encontre o "fundo do poço" em preços das ações. Ontem, o mercado não conseguiu sustentar a recuperação vista em boa parte do dia e desabou na última hora de fechamento. O termômetro da bolsa, o índice Ibovespa, caiu 3,92% e desceu para os 37.080 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,53 bilhões. E a Bolsa de Nova Iorque, principal referência global dos mercados de ações, despencou 7,33%.

A ação PN da Petrobras, por exemplo, chegou a subir 6,74%, na máxima, mas encerrou o dia com queda de 3,07%. O papel ON da estatal teve desvalorização de 6,81%. Além do impacto da aceleração das perdas em Nova Iorque, os papéis também foram afetados pelo declínio do petróleo. Na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova Iorque), o contrato para novembro terminou com baixa de 2,65%, a US$ 86,59 o barril.

As ações da Vale, por sua vez, foram beneficiadas mais cedo por relatório do UBS Pactual, recomendando compra dos papéis, mas não sustentaram os ganhos com a piora do humor. Assim, Vale PNA cedeu 4,84% e Vale ON caiu 3,66%. Entre os papéis que compõem o Ibovespa, as perdas foram lideradas por Gafisa ON (-16,85%), Brasil Telecom PN (-15,18%) e Telemar Norte Leste PNA (-13,77%). As altas foram capitaneadas por ALL units, com elevação de 10,76%; BM&FBovespa, com acréscimo de 5,37%; e Redecard ON, com valorização de 4,71%.

Operadores citaram o pessimismo com o início da temporada de divulgação dos balanços financeiros de grandes bancos norte-americanos. Entre os rumores que circularam nas mesas de operações, as instituições financeiras devem revelar novos rombos com os créditos "subprimes" (de alto risco). Na praça de Nova Iorque, foram justamente os papéis deste setor que arrastaram a bolsa, com perdas acima de 20%.

Montadoras

A notícia que provocou o desabamento dos mercados, no entanto, veio da economia real: a Standard & Poor’s rebaixou o "rating" (nota de risco de crédito) da General Motors e colocou a nota da Ford em perspectiva negativa, numa sinalização de que pode fazer o "downgrade" num futuro próximo.

"O mercado ainda está muito incerto e ninguém quer virar o dia comprado [com ações em carteira]", comentou Rodrigo Silveira, gerente de operações da corretora E.um, divisão on-line da corretora Umuarama.

As bolsas européias encerraram os negócios de ontem em terreno negativo, com investidores ainda bastante preocupados com a possibilidade de uma recessão global. Em Londres, o índice FTSE cedeu 1,21%; o índice alemão Dax caiu 2,53%.

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