Em uma repercussão à decisão do Fed (banco central dos EUA) de manter os juros em 5,25% ao ano, anunciada nesta terça-feira, a Bovespa acompanhou o humor de Wall Street e fechou o pregão em queda.
As bolsas americanas chegaram a subir após o anúncio, no entanto, passaram a operar em queda até o encerramento, depois que a nota do Fed não descartou a possibilidade de novas elevações.
Já as bolsas européias e asiáticas, que apenas vislumbraram a decisão do Fed de não aumentar os juros, mas sem conhecer o conteúdo do comunicado da instituição, fecharam em alta.
O Ibovespa recuou 0,26%, aos 37.600 pontos e movimento financeiro de R$ 2,130 bilhões. O dólar fechou igualmente em baixa, de 0,32%, vendido a R$ 2,1780, mesmo com nova intervenção do BC. Já o risco-país caiu 1,38%, atingindo 215 pontos.
Os contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), onde a expectativa em relação à decisão do Fed retraiu grandes investidores, fechram em queda pelo quinto dia consecutivo.
Em entrevista ao Globo Online, o presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec-RJ), Álvaro Bandeira, chegou a antecipar a decisão do Fed e o mau humor que logo tomaria conta dos pregões.
A produtividade e o custo de mão-de-obra, ficaram acima do esperado, mostrando que existe alguma pressão inflacionária também lembrou Bandeira.
Álvaro Bandeira, também diretor da corretora Ágora, acredita que a taxa de juros americana não deverá estacionar nos 5,25% até o fim do ano.
As expectativas são de que a taxa encerre o ano em torno dos 5,50% ou 5,75%. O mercado continuará, por isso, indefinido e só seguirá uma tendência, para cima ou para baixo, nos extremos, o que é pouco provável.