A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou ontem, a reboque do "otimismo" dos investidores quanto a uma possível redução dos juros básicos nos Estados Unidos, maior economia do planeta e "epicentro" da crise financeira global. Desde o pregão do dia 16, quando a Bolsa chegou a despencar 8%, o mercado brasileiro acumula valorização de 7,77%.
O Ibovespa, principal "termômetro" dos negócios na Bovespa, valorizou 3,87%, a maior variação positiva desde o dia 6 de março deste ano, temporada em que a Bolsa brasileira enfileirou recordes sucessivos. O índice bateu os 51.744 pontos, num pregão com volume financeiro expressivo: R$ 5,27 bilhões.
O dólar comercial foi negociado a R$ 2,013 para venda, em queda de 1,17%. A taxa de risco-país marcou os 203 pontos, um decréscimo de 7,30% sobre a pontuação final de anteontem.
Analistas e investidores acreditam que uma redução dos juros básicos nos EUA, que influenciam os empréstimos para o consumo e para empresas, pode apressar o fim da crise financeira global, disparada pelos problemas no mercado de crédito imobiliário americano.
O Federal Reserve (banco central dos EUA) tem sido "pressionado" pelo mercado, e mesmo por autoridades públicas para que suavize a taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano. Essa "pressão" ganhou força nesta semana. O mercado brasileiro, mais uma vez, acompanhou um movimento global de recomposição de perdas, que afetou os mercados da Ásia, Europa e EUA. "Por aqui, a Bolsa brasileira subiu até mais do que lá fora por influência de uma recuperação do preço das commodities. Esses preços influenciam muito a oscilação de ações de primeira linha, como os papéis da Vale do Rio Doce e Usiminas. A ação da Petrobras também teve uma forte recuperação e puxou o mercado", afirma Emerson Lambrecht, diretor de operações da corretora Solidus.