Após atravessar um dia instável, oscilando entre perdas e ganhos, o principal índice de ações da Bolsa brasileira fechou hoje em leve alta de 0,10%, aos 56.400 pontos. Com este desempenho, o Ibovespa encerrou sua segunda semana seguida de ganhos, subindo 2,24% entre a última segunda-feira e hoje.
Os investidores avaliaram a menor confiança do consumidor brasileiro, ainda sob o efeito negativo da notícia de ontem sobre a contração na indústria chinesa pela primeira vez em sete meses, o que voltou a prejudicar os papéis ligados às commodities (matérias-primas).
Impedindo um avanço maior da Bolsa brasileira, as ações mais negociadas da Vale -que representam mais de 8% do Ibovespa- fecharam o dia em queda de 0,75%, para R$ 30,15. Esses papéis chegaram a cair mais de 2% no início da tarde.
"A Vale é a que mais sofre com as perspectivas de crescimento mais fraco da economia da China, uma vez que o país asiático é o principal comprador do minério de ferro produzido pela companhia brasileira", diz Hamilton Alves, do BB Investimentos.
Segundo o estrategista do BB, a Bolsa brasileira ainda é muito dependente das ações ligadas às commodities, "o que nos deixa reféns do noticiário externo".
"Um exemplo disso é a ação mais negociada da Petrobras, que fechou em alta hoje [de 0,95%, para R$ 20,05] e sustentou a Bolsa no campo positivo", afirma Alves. Esse papel também representa mais de 8% do Ibovespa. A alta das ações da Petrobras acontece depois que a estatal anunciou que a sua subsidiária Petrobras Tanzânia vendeu participação de 12% no bloco 6 na costa da Tanzânia para a Statoil Tanzania AS. Não foi divulgado o valor da transação.
Os investidores também avaliaram dados da FGV (Fundação Getulio Vargas), constatando que os brasileiros melhoraram sua avaliação a respeito da situação atual da economia, mas continuam cautelosos com as perspectivas para os próximos meses, mostrou a "Sondagem de Expectativas do Consumidor".
A pesquisa revelou que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apurado pela instituição caiu 0,4% em maio. O resultado confirma a acomodação sinalizada no mês anterior, quando o índice havia ficado estável após seis meses em queda. Nos EUA, as encomendas de bens duráveis aumentaram mais que o esperado em abril, um sinal de resiliência no setor industrial apesar do aperto fiscal em Washington e da fraqueza nos mercados externos.