Lucro da Petrobras sobe 96%
Impulsionado pela alta do preço do petróleo vigente até setembro e pelo avanço da produção, o lucro líquido da Petrobras bateu recorde no terceiro trimestre: alcançou R$ 10,852 bilhões, com expansão de 96% na comparação com o mesmo período de 2007. A alta ficou em 23,5% ante o resultado do segundo trimestre (R$ 8,783 bilhões).
Nos nove primeiros meses do ano, o lucro também foi o maior da história: R$ 26,560 bilhões, com alta de 61%.
Segundo o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o "lucro recorde histórico foi fruto do aumento das vendas, de preços mais altos e produção maior". Teve ainda, segundo ele, "a ajuda do câmbio" que gerou um efeito positivo de R$ 3,5 bilhões no trimestre e de mais de R$ 640 milhões no acumulado do ano.
Os efeitos determinantes no acumulado do ano, disse, foram preço maior e volume mais elevado de produção, que proporcionaram uma receita alta da companhia. Nos nove primeiros meses, o faturamento cresceu 35% (para R$ 168,9 bilhões). No terceiro trimestre, subiu 52% R$ 67,5 bilhões.
Já no trimestre, a variação cambial se destacou como fator de engorda do lucro, segundo o diretor. A alta do dólar elevou os ativos da companhia investidos no exterior, aumentando os ganhos financeiros.
Se o resultado não foi muito animador, ao menos a Bovespa conseguiu se desvencilhar do mercado externo ontem e encerrou com alta de 1,32%, aos 37.261 pontos. No ano, a baixa segue elevada, em 41,67%. O dólar subiu 1,51% diante do real, para R$ 2,225.
Os pregões nos EUA terminaram no vermelho. Diante da falta de novos dados econômicos relevantes, os investidores têm se mantido desanimados em relação ao mau desempenho de grandes empresas, como a General Motors e a AIG. O índice Dow Jones encerrou com queda de 1,99%. A Nasdaq recuou 2,22%. O mercado agora espera um pacote de socorro para o setor automotivo norte-americano.
O recuo do petróleo para a faixa dos US$ 59 em Nova Iorque afetou o desempenho dos papéis do setor petrolífero. Os papéis da Petrobras não se isolaram de seus pares e terminaram com baixas de 1,84% (ON) e 0,16% (PN).
A Bovespa conseguiu fechar em alta impulsionada por ações de siderúrgicas e mineradoras. Quem mais se destacou no segmento foi a Gerdau, cuja ação PN subiu 6,29%. O papel ON da CSN se apreciou em 3,53%. Vale PNA subiu 1,22%.
Hipotecas
As duas maiores empresas do setor de hipotecas imobiliárias nos EUA, as recém estatizadas Fannie Mae e Freddie Mac, reduzirão o valor das prestações de milhares de mutuários no país para tentar diminuir o número de ordens judiciais de despejos de famílias inadimplentes.
A decisão segue a linha do que já vêm fazendo alguns dos maiores bancos. O mais novo anúncio no setor privado partiu do Citigroup, que renegociará dívidas de até US$ 20 bilhões com cerca de 136 mil mutuários. Há uma semana, o JP Morgan Chase, que recentemente adquiriu a carteira imobiliária do Washington Mutual, anunciou a renegociação com até 400 mil mutuários.
Embora as renegociações imponham novas perdas para os bancos, eles passaram a adotar a estratégia depois de enfrentar problemas enormes em relação ao que fazer com milhares de imóveis retomados de inadimplentes. Só no terceiro trimestre deste ano, 765,5 mil famílias nos EUA tiveram ordens de despejo concedidas pela Justiça, um aumento de 71% em relação a igual período no ano passado.
Automóveis
Ao contrário do que vem ocorrendo no setor imobiliário, não houve qualquer avanço ontem nas negociações para um possível pacote de ajuda para as empresas do setor automotivo. Em visita à Casa Branca, o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, teria pedido a George W. Bush que atue para impedir uma deterioração maior de empresas como a General Motors e Ford.
Ontem, as ações da GM despencaram pelo quinto dia consecutivo, atingindo o menor patamar desde 1943, a US$ 2,92, com fortes rumores de que ela não terá alternativa a não ser pedir concordata e proteção judicial contra ações de credores.
A GM já anunciou que está ficando sem capital de giro. No final de setembro, a empresa disse que tinha US$ 16,2 bilhões em caixa para suas operações, que custam mensalmente cerca de US$ 11 bilhões.
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