O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo ultrapassou os 60 mil pontos pela primeira vez na história e encerrou o dia em mais de 61 mil pontos. O dólar, por sua vez, atingiu o menor valor desde setembro de 2000, a R$ 1,838, mas aliviou a queda no meio da tarde e fechou em baixa de 0,22%, a R$ 1,843, nível próximo do fechamento de 23 de julho (R$ 1,983).

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O dia foi marcado por instabilidade nos mercados internacionais e pela divulgação de muitos dados econômicos nos Estados Unidos. O volume financeiro da Bovespa foi de de R$ 6,187 bilhões. A alta das ações da Vale, que têm forte peso no Ibovespa, puxou a valorização do índice. As ações PN da Vale fechrama em alta de 4,33%, a R$ 53,00 ( confira as cotações completas ). O risco-país subia 3,57%, para 174 pontos.

As bolsas americanas fecharam em ligeira alta, depois de oscilar entre os terrenos negativo e positivo no início da tarde. O índice Dow Jones subia 0,25% e o SP 500, 0,39%. O eletrônico Nasdaq tinha valorização de 0,39%.

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A alta da Bovespa, bem superior à dos mercados americanos, foi influenciada pela entrada dos investidores estrangeiros no país. Na avaliação de Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, o cenário externo é favorável ao Brasil e, neste momento, o país está relativamente "descolado" da crise do mercado de crédito americano.

Segundo ele, com a crise nos Estados Unidos, os investidores analisaram mais deperto os mercados emergentes e agora têm uma avaliação mais positiva do grupo que resistiu melhor às turbulências, como o Brasil.

"Há uma sensação de que 'passamos no teste' e sofremos uma alteração significativa de conceito 'para melhor', o que está determinando que a Bovespa seja o foco do direcionamento forte de recursos estrangeiros que reingressam no país, e que provavelmente superarão em volume os montantes anteriores", avaliou Nehme, no informativo financeiro desta quinta-feira.

No cenário externo, antes da abertura do pregão, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgou que a economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 3,8% no segundo trimestre do ano . O resultado é um pouco menor do que o anteriormente estimado por conta da maior demanda por bens e serviços estrangeiros, informou o Departamento de Comércio.Analistas, no entanto, já previam o ajuste.

Além disso, foi divulgado no fim da manhã a queda de 8,3% nas vendas de imóveis novos em agosto nos Estados Unidos, atingindo o menor nível em sete anos . O recuo foi bem maior do que o previsto. A notícia positiva do dia foi a divulgação do número de pedidos de seguro-desemprego da semana passada, que caiu 15.000 registrando 298.000 pedidos.

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Segundo analistas, as notícias negativas contribuíram para a alta do mercado de ações porque fizeram aumentar as apostas dos investidores de que o Fed (banco central americano) voltará a cortar os juros nos Estados Unidos para contornar a crise. Na semana passada, o Fed cortou os juros em 0,5 ponto percentual e trouxe euforia aos mercados globais. Além disso, a autoridade monetária dos EUA injetou nesta quinta-feira mais recursos no sistema financeiro, assim como o Banco Central Europeu (BCE).