A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou forte baixa nesta quinta-feira (4), no quinto pregão seguido de desvalorização. No acumulado do ano, a queda do mercado brasileiro está por volta de 19,5%.
O indicador Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro -teve baixa de 3,96%, encerrando o dia aos 51.408 pontos. Trata-se do pior patamar para o mercado brasileiro em mais de 12 meses.
Houve queda generalizada das ações da Bovespa. As ações da BM&FBovespa, por conta do mau humor geral do mercado, foram uma das que mais sofreram. Tiveram queda de 10,4% no dia. Empresas importantes, como Gafisa, Gerdau e Usiniminas, tiveram baixa superior a 7%. O giro do mercado financeiro no dia foi de pouco mais de R$ 5,2 bilhões.
As "blue chips" Vale e Petrobras também foram afetadas pela tendência de venda de ações: ambas caíram mais de 3%.
No exterior
Entre os mercados internacionais, as bolsas européias tiveram queda de 2,5%, lideradas pela baixa de 3,2% em Paris. Em Wall Street, tanto o índice eletrônico Nasdaq quanto o industrial Dow Jones tiveram baixas próximas a 3%.
As principais bolsas asiáticas tiveram um dia de perdas. As ações caíram para o nível mais baixo em dois anos, com mais sinais de uma desaceleração da economia global atingindo setores dependentes de exportações.
Mau humor
A Bovespa refletiu o mau humor internacional depois de comentários feitos pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, de que a economia da zona do euro está perdendo força, ao mesmo tempo em que a inflação segue elevada e com risco de subir ainda mais.
Na Europa, o mercado ficou desanimado com a decisão do banco central inglês de mater a taxas de juros do país estáveis em 5% ano ano, pelo quinto mês seguido.
"A expectativa de recessão na zona do euro traz mau humor aos mercados", comentou em relatório José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.
O panorama já adverso ganhou contornos ainda mais pessimistas com a divulgação de relatórios mostrando piora das condições da economia nos Estados Unidos, especialmente no que se refere à geração de empregos.