A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em forte queda nesta quinta-feira (6), em um dia marcado pelo pânico nos mercados internacionais. O principal índice do mercado paulista, o Ibovespa, perdeu 2,31%, para 63.414 pontos.

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A Bovespa conseguiu conter parte do prejuízo, já que chegou a perder mais de 6% durante o dia, em meio a temores de contágio da crise na zona do euro. Nesta quinta, o dólar também teve um dia de volatilidade, chegando a subir mais de 5% durante o pregão antes de fechar em alta de 2,94%, a R$ 1,851.

O volume financeiro da Bovespa nesta quinta foi de R$ 10,6 bilhões.

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Depois de chegar a subir na parte de manhã, o índice seguiu o susto que atingiu o mercado internacional e tocou a mínima de 6,3% de queda durante o ápice do colapso observado nas bolsas dos Estados Unidos, cujos principais índices tocaram a mínima de 9% de desvalorização.

No momento de temor, muitos investidores passam a vender ações, derrubando o preço; com isso, muitas vezes ordens de venda automática em um certo preço, de outros investidores, são acionadas, levando a uma queda ainda maior dos índices.

No entanto, depois de uma reavaliação da situação pelos investidores, os índices voltam a subir, também porque muita gente aproveita a forte queda para comprar ações por preços baixos, fazendo com que as ações subam.

O mau humor tomou conta dos mercados depois de o parlamento grego aprovar um plano para reduzir seu déficit fiscal nos próximos anos. A aprovação do programa era um requisito para a liberação da ajuda à Grécia por parte de países da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O economista Carlos Daniel Coradi, da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores, afirmou que o mercado brasileiro se comportou dessa forma em razão da crise grega. "Isso é uma cadeia porque às 8h o mercado japonês fechou e a situação veio para cá." Segundo o economista, o mercado financeiro funciona com "80% de psicologia e 20% de técnica".

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Coradi afirma que a Bovespa chegou a cair 6% e o dólar subiu tanto por causa dos reflexos na Grécia, mas que, com a queda expressiva, muitos venderam ações e iniciou-se o movimento de compra. "O inexperiente fica nervoso e vende. O profissional, na crise, espera e compra", afirma.

O temor de que a crise da Grécia atinja também outros países europeus fez com que o euro se desvalorizasse nesta quinta. Ao mesmo tempo, em momentos de crise os investidores costumam procurar os investimentos considerados mais seguros - como os papéis do Tesouro dos EUA, cujo preço disparou nesta quinta.

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