A bolsa brasileira encerrou a segunda-feira (21baixa, pelo terceiro dia consecutivo, influenciada pelas preocupações com as dívidas de Europa e Estados Unidos. Mas ainda assim, registrou queda contida quando comparada aos mercados externos. O Ibovespa recuou 0,79%, a 56.284 pontos. O giro financeiro da sessão foi de 11,546 bilhões de reais, inflado pelo exercício de opções sobre ações, que movimentou 4,86 bilhões de reais. O operador de renda variável Luiz Roberto Monteiro, da Renascença, atribuiu a queda da bolsa ao noticiário negativo do dia. "Primeiro veio o alerta da Moody's de preocupações com a França, depois vieram os comentários de que o 'supercomitê' dos Estados Unidos não chegou a acordo nenhum sobre o déficit orçamentário", disse. Pela manhã, a Moody's divulgou um alerta de que a alta nas taxas de juros sobre a dívida francesa poderia ser negativa para a perspectiva de seu rating de crédito. Já nos EUA, o que elevou os temores foi a notícia de que um comitê do Congresso deve reconhecer seu fracasso em alcançar um acordo após três meses de negociações numa tentativa de reduzir o déficit. Monteiro ressaltou que o mercado já dava como certo o acordo sobre o déficit dos EUA, e a possibilidade de que isso não ocorra trouxe mais pessimismo. Ainda assim, o Ibovespa teve um comportamento melhor que o registrado pelos principais índices de ações de Nova York, que caíam por volta de 2% perto do fechamento. Segundo o economista Pedro Paulo da Silveira, da Tov Corretora, a valorização do dólar frente ao real contribuiu para melhorar o comportamento das ações ligadas às commodities, como Vale e Petrobras, que possuem maior peso no índice. O papel preferencial da mineradora teve leve queda de 0,24%, a 41,15 reais, e o da petrolífera subiu 0,23%, a 21,80 reais. "O Brasil acompanha os mercados externos, mas chega a um ponto que, com o dólar nesse patamar (acima de 1,80 real), incentiva a entrada de investidores", explicou. A ação do frigorífico JBS subiu 3,88%, a maior alta do Ibovespa acompanhada da unit do Santander Brasil, com a mesma variação percentual. Na outra ponta, o papel da BM&FBovespa teve uma das maiores quedas do índice, de 4,44%, após a notícia da possível entrada de uma concorrente no Brasil.
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