A Bolsa de Valores de São Paulo despencou 6,63 por cento nesta terça-feira e teve o pior dia em mais de cinco anos, acompanhando um movimento extremamente negativo dos mercados financeiros internacionais, em meio a preocupações sobre a desaceleração do crescimento nos Estados Unidos e na China.
Menos de uma semana depois de atingir seu recorde histórico, o principal indicador da bolsa paulista registrou a maior queda desde os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, quando o Ibovespa derrapou 9,17 por cento. Nesta terça, na mínima do dia, o índice chegou a recuar 7,9 por cento.
O volume financeiro ficou em 5,45 bilhões de reais, acima da média diária do ano, de pouco mais de 3 bilhões de reais, e nenhum dos 58 papéis do Ibovespa subiu.
``O mote do mercado esse ano é que mesmo com a desaceleração dos Estados Unidos você ia ter uma compensação em alguns países como Japão e outros da Ásia'', disse Marcello Paixão, gestor da Principia Capital Management.
``Agora se esses países desaceleram também, aí você não tem válvula de escape. A economia global vai desacelerar e isso tem impacto forte para a gente, que exporta commodities e produtos semi-manufaturados'', acrescentou.
A bolsa já abriu em baixa, depois que a queda de quase 9 por cento do principal índice do mercado acionário chinês gerou temores de que o governo implemente medidas para conter o crescimento econômico da China.
O movimento foi intensificado depois de dados bem abaixo do esperado das encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos. O índice Dow Jones caiu mais de 3 por cento e o indicador de principais ADRs brasileiros tombou 8,14 por cento. O risco-país, medida de aversão ao risco, disparou quase 20 pontos, para 200 pontos-básicos.
``A princípio, é mais uma correção de preços do que uma mudança decisiva de fundamento econômico. Agora (teremos) um momento de cautela, de observar e tomar eventualmente posições defensivas'', afirmou Ronaldo Patah, superintendente de renda variável da Unibanco Asset Management.
Os dois papéis mais líquidos da bolsa, Companhia Vale do Rio Doce e Petrobras, onde os estrangeiros estão mais posicionados, caíram 7,93 por cento e 6,6 por cento, respectivamente. Cada um movimentou mais de 600 milhões de reais, cerca de três vezes mais que o terceiro mais negociado, Bradesco .
Em termos percentuais, as maiores quedas do Ibovespa foram Telemig Participações e Usiminas, que perderam 10 por cento e 9,7 por cento, respectivamente.
``O Brasil tem uma reação mais forte do que o resto porque é um dos mercados mais líquidos e é onde os estrangeiros que operam mercados emergentes têm uma exposição maior'', comentou Patah.
Com a baixa desta terça-feira, o Ibovespa registra queda de cerca de 3 por cento em 2007, que segue quatro anos de alta, com ganho acumulado de quase 300 por cento no período.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast