Os investidores insatisfeitos com o baixo rendimento das aplicações em renda fixa, devido à queda nas taxas de juros, mas que não se atrevem a entrar no mercado de renda variável, devido aos altos e baixos das cotações, contam com um novo estímulo, a partir de agora.
A Bolsa de Valores de São Paulo lança, nesta sexta-feira, um novo produto denominado Proteção do Investimento com Participação - ou simplesmente POP - permite a compra de ações com proteção contra eventuais perdas, em troca de uma lucratividade um pouco menor que a real.
O POP, na verdade, representa uma espécie de 3 em 1: ao comprar uma ação no mercado à vista da Bovespa, o investidor leva uma opção de venda - direito de vender a ação a um determinado preço, em uma data futura - e outra de compra - direito de comprar uma ação, numa data futura, a um determinado valor previamente acertado). As duas opções se referem à mesma ação e têm a mesma data de vencimento.
O valor mínimo é de 100 unidades, que giram, na média, entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Mas em alguns casos, o valor mínimo poderá ser de R$ 3 mil. Já o prazo mínimo é de seis meses. Mas o mais importante é que o risco, para o investidor, existe, mas é limitado, o que torna a aplicação em ações via POP, sem dúvida, muito atraente explica o superintendente de operações da Bovespa, Ricardo Pinto Nogueira.
Com a opção de venda, o investidor se protege, porque se o valor da ação cair, ele tem o diretio de vendê-la pelo preço anteriormente fixado, na opção. Com a opção de compra, ele lucra caso a ação esteja com o valor superior ao que será pago. Só que o lucro também será um pouco menor que o real acrescenta o diretor da Alpes Corretora, Roberto Lee.
Saiba como funciona o POP:
Tipos
A cada mês, a Bovespa oferecerá POPs com séries de seis meses e 12 meses, com lotes de 100 unidades de cada uma das ações mais negociadas do pregão. Inicialmente, serão oito ativos, sendo sete ações e o certificado de PIBB (papéis do Índice Brasil Bovespa, primeiro fundo de índice da bolsa, formado por um conjunto de ações das maiores companhias abertas brasileiras - Petrobras PN, Vale do Rio Doce PNA, Bradesco PN, Usiminas PNA, Telemar PN, Itaubanco PN, Siderúrgica Nacional ON, PIBB CI).
Divisão
Os POPs são classificados por faixas de capital protegido e percentuais de participação nos lucros.
Proteção
O investidor define o nível de proteção que deseja ao escolher o valor fixo, em reais, do capital protegido entre as séries de POP autorizadas a negociação. Se a ação cair, ele recebe o valor do capital protegido.
Rendimento
Em contrapartida, se a ação subir, o investidor abre mão de uma parcela da valorização da ação vinculada ao POP, ficando com parte do rendimento obtido pela ação.
Risco
O funcionamento do POP e suas características de risco-retorno, inclusive a proteção ao capital, só valem se ele for mantido inalterado. Portanto, se o investidor se desfizer do POP antes do prazo acertado (seis meses ou 1 ano), poderá eliminar essa proteção.
Vencimento
No vencimento da opção, se o valor da ação for menor que o capital protegido, o investidor deve escolher entre receber esse montante ou ficar com a própria ação. Essa escolha é o exercício da opção, que o investidor deverá comunicar à sua corretora para ser executada no mercado.
Exemplo
Um investidor compra um POP de 100 ações de Petrobras PN, a um preço hipotético de R$ 50, com 90% de capital protegido, 70% de participação nos lucros e vencimento em seis meses. Devido às opções, o valor a ser pago pelas ações será de R$ 49, em vez de R$ 50.
Se ao final desse prazo, a ação da Petrobras passar a valer R$ 60, o ativo total do investidor será equivalente ao capital protegido (30 ações a R$ 45, referentes a 90% de R$ 50) mais a participação nos lucros (70 ações a R$ 60). Ou seja, R$ 1.350 mais R$ 4.200, o que totaliza R$ 5.750.
Em outro cenário, se a ação cai para R$ 30, o investidor perderá apenas R$ 400, que é a diferença entre os R$ 4.900 pagos e os R$ 4.500 do capital protegido que a Bovespa garante.
Em outras palavras, se um investidor comum comprasse 100 ações, ao final de seis meses, ficaria com R$ 6.000 se a ação subisse para R$ 60, ou com R$ 3.000, se a ação caísse para R$ 30.
Já o cliente da modalidade POP ficaria, respectivamente, com R$ 5.750 e R$ 4.500; ou seja, um ganho menor que o real, mas também uma perda bem menor que a do investimento comum.
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