Curitiba O destaque de agosto entre os ativos financeiros foi o mercado acionário, que desconsiderou a crise política e apostou nas quedas dos juros e do dólar. O índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) encerrou o mês com alta de 7,69%, ultrapassando a barreira dos 28 mil pontos. Entre as ações negociadas, as maiores valorizações ficaram com Acesita PN, com alta de 19,82%, e Petrobrás, com elevação de 19,29%. O pior investimento foi o dólar, que sofreu redução em agosto de 1,61% e no ano já acumula perda de 11,56%. Só ontem, o dólar comercial caiu 1,13% e encerrou o dia sendo vendido a R$ 2,358.
Segundo operadores, o crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano agradou os investidores. Para o diretor da Petra Personal Trader Corretora de Títulos e Valores, Gustavo Deodato, a partir de setembro os juros voltarão a cair e com isso os investidores deverão diversificar suas aplicações entre os fundos de renda fixa, títulos do Tesouro com rendimento prefixado e ações, através de clubes de investimento ou mesmo a compra de papéis diretamente da Bolsa de Valores. "Com a queda da taxa Selic, o setor produtivo terá mais facilidade de crédito e com isso as ações das empresas tendem a se valorizar mais."
Na avaliação dos operadores da Fator Corretora, com a queda dos juros da Selic, que deve ocorrer na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 14 de setembro, a Bolsa de Valores se tornará até o fim do ano um dos melhores investimentos.
Com a deflação do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de 0,34%, em agosto, o quarto mês consecutivo de queda, os demais ativos financeiros (tirando o dólar e os fundos de inflação), apresentaram rentabilidade positiva. Entre os fundos, o melhor ganho ficou com os multimercados, que em média proporcionaram rentabilidade de 1,68%. Os que utilizaram ações em suas carteiras apresentaram remuneração superior a 2% em agosto.
Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) com rendimento prefixado pagaram em agosto taxas brutas médias de 1,5%. Para os próximos meses os bancos reduzirão a captação desse tipo de papel, pois estão com as suas carteiras de empréstimo bastante líquidas. Com isso, as taxas tendem a cair mais.
Os quatro meses de deflação no IGP-M impuseram perdas à maioria dos fundos que aplicam em títulos atrelados à inflação. Só em agosto, o prejuízo dos aplicadores foi de 0,72%. No ano, entretanto, os fundos de inflação oferecem ganho médio de 4,35%, enquanto o Certificado de Depósitos Interfinanceiro (CDI) variou 12,16%.
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