O mercado brasileiro vive um dia agitado, refletindo preocupações com os juros dos Estados Unidos, a alta do petróleo e as perdas que esses dois fatores impõem às bolsas internacionais. Às 15h25m, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tinha queda de 1,48%, a 41.133 pontos, e o dólar comercial avançava 1,50%, cotado a R$ 2,093 para compra e R$ 2,095 para venda.
O comunicado feito ontem pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, foi considerado pouco esclarecedor e, na opinião de analistas, deixou o mercado brasileiro mais sujeito a oscilações, especialmente no câmbio. Após anunciar o aumento, de 4,75% para 5%, da taxa básica de juros dos Estados Unidos, o Fed afirmou que as perspectivas para a política monetária do país dependerão dos indicadores que serão conhecidos nas próximas semanas.
- Há um certo mal-estar com o comunicado. O mercado está um pouco indeciso. Muita gente começa a comprar um pouco (dólar) para sair - explicou o diretor-executivo da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme. Ele acredita, no entanto, que a tendência para a moeda americana continua a ser de queda, apesar da disparada de hoje.
Em Nova York, o índice Dow Jones cai 1,06%, o Nasdaq cede 1,67% e o Standard & Poor´s 500 tem desvalorização de 1,08%. As bolsas européias fecharam em queda, com destaque para a Bolsa de Frankfurt, que teve baixa de 1,04%. Um analista citado por uma agência internacional comentou que, em quase todos os aumentos de juros promovidos pelo FED, a reação do mercado foi mais pronunciada no dia seguinte à decisão. Além disso, o barril do petróleo voltou a superar os US$ 73 e os títulos de dez anos do Tesouro Americano (os "treasuries") passaram a manhã em alta, com remuneração de 5,15%.