Bovespa perde fôlego nos últimos minutos de negócios, mas fecha em alta

Apesar de ter perdido um pouco do fôlego nos últimos minutos de negociações, o principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou nesta sexta-feira (3) em alta de 0,30%, aos 55.488 pontos. O índice acumulou ganhos de 0,95% em sua segunda semana consecutiva de ganhos. O movimento positivo do Ibovespa seguiu a tendência vista nos mercados internacionais, após dados animadores do mercado de trabalho americano terem deixado os investidores mais otimistas em relação ao crescimento da maior economia global, colocando em segundo plano o desempenho da produção industrial brasileira.

A produção industrial brasileira voltou a crescer em março, com leve alta de 0,7% na comparação livre de influências sazonais (típicas de cada período) com fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)."A produção industrial até melhorou no trimestre, mas veio fraca, o que deveria impactar negativamente o Ibovespa hoje. Mas nossa Bolsa ainda tem peso muito forte de ações que dependem do cenário externo, por isso os dados americanos de emprego falaram mais alto", disse Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

O resultado veio abaixo da projeção dos analistas, que esperavam crescimento de 1,3% em março sobre o mês anterior, segundo pesquisa da Reuters. "Ainda que tenha apresentado crescimento em relação ao último trimestre do ano passado, a produção industrial tem demonstrado ritmo de recuperação inconstante, evidenciado pelo avanço em janeiro e março intercalado pela contração observada em fevereiro", disse Gustavo Serra, economista da corretora Planner.

Mesmo assim, segundo Serra, os indicadores de atividade divulgados até o momento e a retomada do nível de investimentos demonstrada no início deste ano devem proporcionar um crescimento à produção industrial em 2013, revertendo a contração observada no ano passado.Nos EUA, o nível de emprego aumentou mais do que o esperado em abril, levando a taxa de desemprego para uma mínima de quatro anos de 7,5%, o que pode ajudar a abrandar os temores de uma forte desaceleração na economia. A referência positiva americana também ofuscou o fato de a expansão no setor de serviços da China ter desacelerado em abril, segundo pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial divulgada nesta sexta.

O resultado do indicador da atividade chinesa veio em linha com a atividade industrial mais fraca e reforçou as visões de que a recuperação na segunda maior economia do mundo permanece modesta e enfrenta riscos.

Ações

Apesar do indicador negativo da atividade chinesa, as ações da Vale se ajustaram à queda vista ontem e fecharam em alta hoje. Os papéis mais negociados da mineradora tiveram avanço de 1,41%, para R$ 32,20 cada.

A China é o principal destino no exterior do minério de ferro produzido pela companhia brasileira, portanto, uma desaceleração da economia do gigante asiático pode significar a queda na demanda pelo produto vendido pela Vale e, consequentemente, impacto negativo em suas receitas.

Os papéis ordinários (com direito a voto) do Bradesco fecharam o dia em leve queda de 0,98%, cotados a R$ 34,37 cada. A BM&FBovespa divulgou pela manhã que essas ações vão integrar o Ibovespa no período entre maio e agosto deste ano.

Já as ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) do banco registraram ganho de 0,61% no dia, para R$ 32,95 cada. O índice terá 71 ações de 65 empresas diferentes a partir de segunda-feira -até hoje, o Ibovespa tinha 69 ações de 64 empresas diferentes.A outra empresa cuja ação também passará a fazer parte do Ibovespa na próxima semana é a BR Properties, especializada em investimentos em imóveis comerciais. Os papéis da companhia fecharam hoje em queda de 1,76%, para R$ 21,20 cada.