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A expectativa em torno de um plano a ser apresentado pelo Tesouro dos Estados Unidos para enfrentar a crise financeira que o país atravessa ditou uma forte recuperação dos mercados acionários, rota seguida pela Bolsa de Valores de São Paulo nesta quinta-feira (18).
De acordo com a Bovespa, foi a terceira maior valorização diária da bolsa paulista em 2008; perdeu só para a observada no dia 30 de abril, quando o Brasil foi elevado a grau de investimento e o índice subiu 6,33%; e a de 24 de janeiro: 5,95%.
Ações de instituições financeiras e as de empresas ligadas a commodities puxaram a recuperação do índice. Itaú subiu mais de 9%.
Depois de subir 3,6% pela manhã e operar em terreno negativo no início da tarde, o índice disparou em alta na útima hora do pregão, seguindo o movimento de Wall Street, centro financeiro dos Estados Unidos. O giro financeiro estava em R$ 7,51 bilhões.
Entre os ativos de maior peso no Ibovespa, Petrobras PN subia 8,05%, para R$ 32,20; Vale PNA ganhava 7,45%, para a R$ 34,60; BM & FBovespa ON tinha alta de 0,12%, para R$ 7,85; Bradesco PN valorizava 6,87%, a R$ 28,30; e Vale ON subia 7,27%, para R$ 39,80. Bolsas americanas
Wall Street teve o melhor dia em seis anos nesta quinta-feira, com uma recuperação veloz no final do pregão após notícias de que o governo estuda uma solução mais ampla para a crise financeira.
Uma fonte que pediu para não ser identificada disse que o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, pensa em algo parecido com a Resolution Trust Corporation para resolver a crise financeira.
A RTC foi criada em 1989 para limpar as perdas gigantescas do setor de poupança e empréstimo (savings and loan). A crise, na época, era a pior desde a Grande Depressão.
As ações financeiras, vendidas sem dó nos últimos dias, tiveram alta expressiva, com valorização de 11,7% do índice financeiro da S&P.
O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, avançou 3,86%, para 11.019 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq subiu 4,78%, para 2.199 pontos. O índice Standard &Poor's 500 teve valorização de 4,33%, para 1.206 pontos. Ação coordenada
O mercado financeiro mundial inicialmente ficou animado com os desdobramentos da injeção de US$ 180 bilhões anunciada pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) para enfrentar as turbulências aprofundadas pela falência do banco Lehman Brothers e os problemas da seguradora AIG. Em ação coordenada com as principais instituições bancárias centrais do mundo, O Fed fechou acordos "swaps" com o Banco Central Europeu (BCE), o Banco Nacional da Suíça, o Banco da Inglaterra (BoE), o Banco do Japão e o Banco do Canadá.
Um acordo "swap" permite a dois bancos centrais emprestar de modo recíproco liquidez a curto prazo, quando um deles necessita de dinheiro para estabilizar o sistema financeiro do país. Desde ontem, saem notícias na imprensa dos EUA que o Morgan Stanley negocia fusão com o Wachovia e que o Washington Mutual está em leilão. Um acordo já foi anunciado nesta quarta. O britânico Lloyds TSB pagará cerca de US$ 22 bilhões em ações para comprar a financeira hipotecária inglesa HBOS. Cenário global
Na Ásia, o mercado ainda não se recuperou. As bolsas locais encerraram o pregão em baixa, que variou de 0,03% a 2,51%. O índice Hang Seng da Bolsa de Hong Kong teve prejuízos menores e fechou em leve baixa de 0,03%. A Bolsa de Xangai ainda está contaminada pela turbulência e encerrou o pregão em queda de 1,72%. Do mercado europeu não vieram melhores notícias. O índice FTEurofirst 300, que acompanha as principais ações do continente, encerrou o pregão em queda de 0,61%, a 1.063 pontos. Foi a quarta queda consecutiva do índice que atingiu ontem seu pior patamar desde maio de 2005.
Na Rússia, as bolsas de valores mantém suspensas as negociações de ações, depois que autoridades regulatórias que interromperam o pregão após queda de mais de 20% do índice RTS e 25% do MICEX ao longo da semana. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que a crise financeira internacional é "severa" e que a "percepção de risco sistêmico" (quebra de uma instituição financeira que tenha impacto em todo o mercado) permanece "elevada".