Dólar fecha em alta, após superar R$ 2,37 na sessão
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (18), mas longe das máximas do dia, pois investidores realizaram lucros após a divisa superar 2,37% pela primeira vez em sete meses. Citando incertezas sobre a política monetária dos Estados Unidos e as eleições no Brasil, investidores compraram dólares para testar a tolerância do Banco Central ao fortalecimento da moeda norte-americana.
A divisa dos EUA avançou 0,31%, a R$ 2,3650 na venda, após bater R$ 2,3775 na máxima da sessão, maior nível intradiário desde 21 de fevereiro, quando atingiu R$ 2,3790. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 800 milhões de dólares. "O mercado testou alguns patamares mais altos hoje, mas é difícil manter o dólar em níveis tão altos sem que esse movimento seja interrompido de vez em quando por alguma realização (de lucros)", afirmou o gerente de câmbio da corretora Advanced, Celso Siqueira.
A escalada da moeda norte-americana fez crescer a especulação sobre atuações mais fortes do BC no câmbio, de forma a evitar impactos inflacionários por meio do encarecimento de importados.
Investidores têm apostado em um aumento das rolagens de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares. Nesta sessão, o BC continuou vendendo a oferta de até 6 mil contratos para a rolagem do lote que vence em 1º de outubro. Até agora, rolou cerca de 40% do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.
A Bovespa fechou em baixa nesta quinta-feira, com seu principal índice acionário voltando ao patamar dos 58 mil pontos, diante da expectativa de divulgação de nova pesquisa sobre a corrida presidencial. Em uma sessão marcada por ajustes de posições e atenção também ao ambiente internacional, o Ibovespa terminou o dia em baixa de 1,24%, a 58.374 pontos. O volume financeiro do pregão totalizou R$ 8,5 bilhões.
A principal pressão negativa para o índice veio das ações da Petrobras, com a preferencial da estatal encerrando com queda de 3,75%. O papel ordinário cedeu 3,12%. Na parte da tarde, o Ibovespa ampliou as perdas e chegou a recuar 1,67% na mínima, com profissionais atrelando a piora a especulações sobre pesquisa Datafolha a ser divulgada entre o fim desta quinta e madrugada de sexta-feira.
Rumores que circularam nas mesas de operações indicavam que o Datafolha mostraria um cenário mais acirrado entre a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, e Marina Silva (PSB) na simulação de segundo turno. Em nota, o Credit Suisse citou clientes, principalmente locais, elevando posições nos últimos dias em papéis mais líquidos e financiando parte disso com vendas em nomes como Cielo, Kroton, Estácio e BB Seguridade.
Cena externa
O sócio da gestora norte-americana NCH Capital James Gulbrandsen também chamou atenção para o quadro internacional, com outros mercados emergentes afetados em meio à incerteza com o referendo sobre a Escócia permanecer ou não no Reino Unido. "Desde março, o desempenho da bolsa brasileira está bastante correlacionado com o fluxo estrangeiro para mercados emergentes globais, que nesta sessão mostrou alguma fraqueza com a votação na Escócia", disse.
Mais cedo, operadores também citaram ajustes dados na quarta-feira pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, sobre o início do processo de normalização das taxas de juros na maior economia do mundo.
Na visão do economista do JPMorgan Michael Feroli, a manutenção da expressão "tempo considerável" no comunicado do Fed trouxe algum alívio ao mercado de ações, mas o BC norte-americano se mostrou mais preocupado, o que faz com que permaneça a indicação de que elevará juros em 2015.
A valorização do dólar ante o real decorrente dos sinais do Fed e do quadro de incertezas com a Escócia, com a cotação chegando a ultrapassar R$ 2,37 durante os negócios, respingou na Bovespa. O movimento cambial prejudicava as ações da Gol, mas impulsionava exportadoras como Fibria, Suzano, Braskem, Embraer, Usiminas e Gerdau.
Empresas
Mudanças de recomendação pelo UBS também influenciaram papéis na bolsa, positivamente no caso de Ambev, que passou de "neutra" para "compra", com o preço-alvo subindo de R$ 18 para R$ 19,50; enquanto Marfrig foi rebaixada para "venda" ante "neutra", e o preço-alvo caiu de R$ 7,50 para R$ 6,70.
Ainda no front corporativo, a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida pelo governo federal em 350 mil unidades impulsionou MRV Engenharia na abertura, mas os papéis perderam o fôlego ainda no fim da manhã, fechando em queda. Na sexta-feira rebalanceamento do índice FTSE, com a saída dos papéis ordinários de Itaú Unibanco e preferenciais da Klabin. Entram na carteira teórica Estácio, Qualicorp, Via Varejo, Klabin e B2W.
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