Em um dia tranqülio e de poucas oscilações no mercado, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão desta quinta-feira em queda. O Ibovespa teve alta de 0,80%, chegando aos 36.888 pontos. O movimento financeiro foi de R$ 1,888 bilhão, acima da média diária de R$ 1,75 bilhão.
Apesar de não apresentar novidades, ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, foi bem recebida pelo mercado. As sinalizações do BC em relação à Selic, aliadas ao desempenho das bolsas americanas, impulsionam os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo.
O dólar, por sua vez, manteve-se estável durante praticamente todo o dia, sendo vendido, no fechamento, a R$ 2,1910, a mesma cotação de ontem. O risco-país, que mede a confiança dos investidores na economia brasileira, caiu 2,20, chegando aos 222 pontos-base.
BOLSA
Apesar do tom cauteloso e da falta de novidades, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acabou influindo positivamente nos negócios da Bovespa.
O BC mantém a sinalização de que novas quedas (nos juros) podem ocorrer, principalmente se tivermos um cenário externo mais estável avaliou o economista da Corretora Liquidez, Marcelo Voss.
Desta vez, a Bovespa manteve-se descolada dos mercados americanos, que fecharam em queda, afetados por resultados corporativos decepcionantes e por novas pressões sobre a alta do petróleo.
A operação de troca de títulos da dívida externa anunciada hoje pelo Ministério da Fazenda, e prevista para os próximos dias, também contribui para o otimismo dos investidores, no Brasil.
DÓLAR
As medidas de flexibilização cambial , anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para desonerar exportações e conter a desvalorização do dólar continuam sem afetar as cotações da divisa.
De acordo com analistas, o pacote foi mais tímido que o esperado e não será suficiente para conter a alta da divisa, que também vem resistindo às intervenções do Banco Central, que voltou a realizar um leilão de compra no mercado de câmbio.
Para o economista Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, o pacote cambial atendeu aos anseios dos exportadores, mas será insuficiente para conter a alta do dólar.
Os males do câmbio depreciado decorrem da elevada taxa de juro real que o país vem praticando e que se constitui em forte atrativo de ingresso de dólares no país ressalta.
JUROS
A postura conservadora do Copom também influenciou os negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), onde os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam com taxas ligeiramente supeioores às de ontem.
O DI outubro de 2006, que sinaliza a redução da Selic pelo Copom no final de agosto, avançou de 14,51% para 14,52%; o DI janeiro de 2007 passou de 14,36% para 14,41%; e o DI janeiro de 2008, de 14,61% para 14,65% ao ano.
Houve uma zeradas nas posições, principamente dos DIs mais curtos e a abertura de novas posições em cima da expectativa da próxima reunião do Copom, já que a ata de hoje não trouxe novidades afirma o analista Marcello Gouvêa de Oliveira, da corretora Liquidez.
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