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Mercado financeiro

Bovespa segue euforia nos EUA e sobe mais de 5%

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um pregão de euforia nesta terça-feira (10), seguindo os sinais positivos vindos de Wall Street com a perspectiva de recuperação do setor financeiro. O índice Ibovespa - principal referência do mercado brasileiro - rompeu uma sequência de três quedas consecutivas e teve elevação de 5,59%, para 38.794 pontos. Foi a maior alta do mercado desde 8 de dezembro de 2008.

Segundo o diretor de renda variável da FinaBank Corretora, Edson Marcellino, o bom humor do dia foi gerado pelo setor financeiro, que ganhou voto de confiança do investidor depois que o Citigroup disse que está operando no azul neste começo de ano. "Estamos apenas acompanhando a alta lá de fora" , resume.

O ponto de otimismo vem do setor financeiro dos Estados Unidos. O Citigroup anunciou em carta que está operando no azul durante os dois primeiros meses do ano.

De acordo com uma carta enviada aos funcionários pelo presidente da instituição, Vikram Pandit, o banco teve lucro de US$ 8,3 bilhões, descontados impostos e itens especiais até fevereiro. No entanto, as provisões para perdas com crédito e baixas contáveis podem diminuir ou até zerar os ganhos. Pandit não apresentou potenciais perdas com provisões.

O anúncio provocou uma forte alta nas bolsas dos EUA, que se espalharam pelo demais mercados. Por volta das 17h15, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York subia 5,80%.

Na Europa, as bolsas também terminaram em alta, interrompendo uma série de perdas de três dias. O índice FTSEurofirst 300, referência das principais praças da região, subiu 5%, para 689 pontos, maior ganho percentual diário desde 8 de dezembro.

Mais medidas

Ainda no setor, reportagem do "Wall Street Journal" (WSJ) revela que o presidente do Bank of America, Ken Louis, anda dizendo que os problemas do banco não são tão graves quanto os do Citigroup. Tais notícias renovaram o ânimo dos investidores que estão menos avessos ao risco.

Mais cedo, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, falou sobre reforma financeira e risco sistêmico. Em seu pronunciamento, ele pediu a continuidade de "medidas enérgicas" contra a crise atual, que chamou de "a pior crise financeira desde os anos 1930". A agenda do dia reserva ainda os estoques no atacado.

Pessimismo abafado

Ainda de acordo com Marcellino, a melhora de ânimo abafou a divulgação do Produto Interno Brasileiro (PIB), que encolheu 3,6% no quarto trimestre, contra o terceiro, superando as estimativas que apontavam para retração de 2,3%.

O especialista ressalta, no entanto, que o fraco desempenho da economia reforça a expectativa de redução na taxa de juros pelo Banco Central. Marcellino acredita em nova redução de 1 ponto percentual. "Um corte de 1,5 ponto ou 2 pontos, como se fala, seria uma mudança muito grande no modo de atuação do Banco Central".

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