Em um dia de poucas novidades no cenário interno, e com o mercado já tendo assimilado uma possível vitória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições presidenciais, a Bolsa de Valores de São Paulo seguiu o ritmo do mercado americano.
O índice Ibovespa subiu 0,21%, a 39.645 pontos, com volume financeiro de R$ 2,303 bilhões, ajudada também pela ata do Copom divulgada nesta quinta-feira.
O documento é referente à última reunião do órgão, na semana passada, quando os juros da economia caíram 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao mês.
- Embora o BC não tenha deixado claro qual será o tamanho do próximo corte, de 0,5 ponto percentual ou de 0,25 ponto percentual, a tendência é de queda continuada da taxa de juros - explica Fernanda Guardado, da GAP Asset Management.
O economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, concorda. Para ele, a taxas de juros reais (descontada a inflação) deverá cair para 7% nos próximos meses.
Em Nova York, o Dow Jones fechou em alta de 0,24%, a 12.163,7 pontos. O Nasdaq teve ganhos de 0,96% (2.379,10 pontos) e o S&P subiu 0,5% (1.389,08 pontos).
Segundo o diretor de investimentos da Prosper Gestão, Júlio Martins, a tendência para as ações brasileiras no longo prazo continua sendo positiva.
- Mas no curto prazo deveremos ter uma aderência grande ao mercado lá de fora, que poderá passar por um processo de correção depois das fortes altas dos últimos dias- avalia.
Ele, no entanto, destaca que as oscilações têm sido muito tímidas.
- Os indicadores lá não têm mostrado grandes novidades e o corte dos juros nos EUA ficou em linha com o esperado. Na falta de novidades significativas, a tendência é de realização de lucros - conclui, apesar da alta desta quinta-feira.
No Brasil, entre os destaques da Bovespa esteve a queda das ações da Petrobras, em função da redução dos preços do petróleo no exterior. Os papéis ordinários caíram 0,78%, para R$ 48.
Já as ações da Telemar, que caíram fortemente no dia anterior em função da divulgação do relatório da consultoria americana ISS - recomendando que os acionistas preferenciais não aderissem à reestruturação da empresa - recuperaram parte da perda. As ações PN subiram 1,92%, para R$ 31,85.
Também mereceram destaque os papéis da Profarma, empresa que estreou na bolsa nesta quinta-feira . Os papéis subiram 14,4%, para R$ 25,75.
O dólar, por sua vez, fechou em queda de 0,33%, a R$ 2,1380, apesar de uma atuação de compra do Banco Central no mercado à vista.
Os juros futuros referenciados em depósitos interfinanceiros com vencimento em janeiro de 2008, os mais líquidos, projetaram taxa de 13,120%, com queda de 0,02 ponto.