A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou forte alta no pregão desta terça-feira (4), seguindo o bom humor do mercado internacional, onde houve altas nos EUA e na Europa, e também indicadores positivos sobre a economia local, especialmente em relação à indústria.
Com os dados positivos, o índice Ibovespa - referência para o mercado nacional - encerrou o dia em alta de 5,24%, aos 40.254 pontos. O volume financeiro negociado no dia foi de quase R$ 5,5 bilhões, superior ao registrado durante o período mais agudo da crise. O bom humor do dia também colaborou para a queda do dólar.
Desde que atingiu o "fundo do poço" neste ano, em 27 de outubro, a Bovespa já teve valorização de 36,75% - a menor pontuação do Ibovespa foi de 29.435 pontos. O Ibovespa não voltava a ficar acima de 40 mil pontos há cerca de três semanas. A desvalorização em relação ao fechamento de 2007, que chegou a bater 54%, agora está em 37%.
Ações
Entre as principais empresas negociadas na Bovespa, destaque para a Petrobras, que fechou em alta de cerca de 8,5%. Gerdau, BM&FBovespa, Nossa Caixa e Banco do Brasil também subiam acima de 10%. A ação PN do Itaú - que anunciou na véspera a fusão com o Unibanco - teve alta de 4,7%, enquanto as "units" do Unibanco registraram ganhos de 4,9%.
Outro fator que colaborou positivamente para o pregão da Bovespa no dia é o anúncio de que a Aracruz praticamente zerou sua exposição em derivativos cambiais. A empresa anunciou um acordo com bancos neste sentido, e aumentou o prejuízo sofrido com as operações de R$ 1,95 bilhão para R$ 2,13 bilhões. As ações PNB da empresa subiram mais de 8%.
Indicadores
Nesta terça-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um crescimento de 10% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, no faturamento das empresas do setor.
O forte crescimento, de acordo com nota da CNI, mostra que a crise financeira internacional, que se agravou no mês passado, ainda não atingiu o setor. "Após movimento de acomodação em agosto, a indústria de transformação voltou a registrar intenso crescimento em setembro, mantendo, assim, a tendência de expansão da atividade industrial", informou a CNI, em comunicado.
A produção da indústria brasileira registrou crescimento de 1,7% no mês de setembro, considerando os dados com ajustes sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta em setembro compensou a retração do mês anterior, de 1,2%, segundo dados revisados pelo instituto. A CNI também havia registrado baixa no faturamento do segmento em agosto.
A inflação ao consumidor em São Paulo em outubro acelerou em comparação a setembro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O indicador subiu 0,50% no mês passado, ante alta de 0,38% no índice fechado de setembro.