São Paulo A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou com forte alta de 2,08% e bateu o sétimo recorde consecutivo em pontos somente no mês de abril, com o Ibovespa atingindo a marca histórica dos 48.921 pontos. Pouco antes do horário de encerramento, o índice chegou a bater os 49.021 pontos. O volume financeiro, inflado pelo exercício de opções em R$ 2,3 bilhões, atingiu a marca dos R$ 6,6 bilhões.
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 2,036 para venda, em alta de 0,69%. Os principais contratos DI negociados na BM&F projetaram taxas de juros abaixo do fechamento de sexta-feira. A taxa de risco-país, medida pelo banco JP Morgan, bateu os 154 pontos, sem variação sobre o nível de pontos de sexta-feira.
Mônica Araújo, analista chefe da corretora Ativa, vê pelo menos dois pontos trabalhando para explicar o forte avanço da Bolsa brasileira nas últimas semanas. Primeiro, a forte valorização de alguns setores chave do mercado após notícias importantes do setor corporativo, a exemplo da possível compra do grupo financeiro ABN Amro, que no Brasil detém o banco Real.
"Quando surge uma notícia dessas, parece que o investidor acorda para o setor e volta a valorizar alguns papéis que aparentemente estavam esquecidos. Foi isso que aconteceu hoje [ontem] com as ações de bancos e foi isso que aconteceu na semana passada com o setor de telefonia", avaliou ela.
A analista também lembra que houve uma mudança real de "tom" dos mercados de capitais com relação à economia americana, que concentrava a maior parte das preocupações de dez entre dez investidores nas praças globais. Há semanas, uma ala mais "pessimista" do mercado alertava para o risco dos EUA entrar em "estagflação" economia em recessão mas ainda com pressões inflacionárias significativas, a ponto de impedir um "alívio" na política monetária. Agora, segundo ela, os investidores passaram a dar mais atenção para os indicadores de crescimento econômico, que não estão ruins.