O principal índice da Bovespa recuperou o patamar de 52 mil pontos nesta quinta-feira (30), após o Banco Central surpreender o mercado com uma alta da taxa básica de juros, decisão entendida por agentes financeiros como um primeiro sinal de disposição de mudanças na política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
O Ibovespa encerrou em alta de 2,52%, a 52.336 pontos. O giro financeiro do pregão totalizou 13 bilhões de reais.
Balanços do terceiro trimestre de gigantes como Bradesco e Vale também repercutiram, assim como especulações sobre reajuste de combustíveis pela Petrobras e a oferta de permuta de units do Santander Brasil por recibos de ações do controlador, que ajudou a inflar o volume financeiro da sessão.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou na noite de quarta-feira a elevação da taxa Selic de 11 para 11,25%, numa decisão dividida, alegando que aumentaram os riscos para a inflação.
De acordo com profissionais do mercado ouvidos pela Reuters, a decisão ajuda a "comprar a ideia" de uma guinada na atual política monetária, buscando reforçar a credibilidade do BC e do sistema de metas de inflação, e alimenta perspectivas de mudanças também na política fiscal.
Operadores e analistas vinham manifestando descontentamento com as diretrizes do governo para a economia, em meio a um quadro de baixo crescimento, inflação no limite da meta e desempenho ruim das contas públicas.
Dólar
Já o dólar fechou em queda pelo terceiro dia seguido nesta quinta-feira, caindo mais de 2% e voltando a R$2,40.
A moeda norte-americana caiu 2,45%, a 2,4079 reais na venda, após chegar a 2,3932 reais na mínima da sessão, com queda de 3,05%. Nas últimas três sessões, a divisa acumulou baixa de 4,56%.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,5 bilhão de dólares.