Novo dia de recordes na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Embalado pelo otimismo dos investidores sobre a economia dos EUA, o principal índice da bolsa paulista subiu 2,21% e encerrou a sexta-feira aos 53.422 pontos, maior nível da história.
Para ter uma idéia, no início do governo Lula, em 2003, o indicador estava na casa dos 10 mil pontos. Isso siginifica que houve, desde então, uma valorização de mais de 400% no Ibovespa.
O Ibovespa reúne as principais ações negociadas na bolsa e serve como uma referência para o mercado. O valor das ações que estão no índice representa cerca de 70% do valor negociado em toda a bolsa. Há cada quatro meses, as ações que fazem parte do Ibovespa são reavaliadas, de forma a manter esse e outros requisitos.
Os papéis com mais peso no índice são Petrobras e Vale do Rio Doce. Juntas, as ações preferenciais e ordinárias dessas empresas representam cerca de 30% do índice.
No mês passado, o Ibovespa acumulou alta de 6,77%. No ano, até maio, o Ibovespa já acumula valorização de 17,5%.
Olho nos EUA
O bom desempenho dos indicadores da maior economia do mundo divulgados nesta sexta também influenciou o dólar: a moeda norte-americana caiu 1,25% e fehou o dia cotada a R$ 1,902 - menor valor desde 31 de outubro de 2000.
Na avaliação do economista Luís Otávio Leal, do banco ABC Brasil, o raciocínio do mercado financeiro para tanta euforia é simples: enquanto os EUA vão bem, as bolsas de todo o mundo podem "respirar" aliviadas.
"Hoje, só a economia dos EUA poderia interromper o ótimo momento de liqüidez da economia mundial. A China já mostrou que abala, mas não têm tanta força para gerar uma crise", diz.
Números sobre inflação, emprego e atividade industrial norte-americanas indicaram que a economia dos EUA está crescendo com inflação controlada. A preocupação sobre a possibilidade de uma recessão americana - que desaceleraria o crescimento econômico mundial - assombra com freqüência os investidores, que monitoram atentamente os indicadores do país antes de avaliar opções de investimento.