Com a recuperação das ações da Vale do Rio Doce e da Petrobras, a Bolsa de Valores de São Paulo ganhou fôlego e fechou em alta de 1,12%, a 36.550 pontos e volume financeiro de R$ 2,446 bilhões nesta quarta-feira.
Juntas, as empresas têm peso de quase 30% no Ibovespa. As ações preferenciais da Petrobras fecharam em alta de 2,80%, a R$ 40,71; as da Vale subiram 1,78%, para R$ 39,90.
Segundo o gestor da Corretora Máxima, Fabio Cardoso, as ações das duas empresas se recuperaram juntamente com a alta dos preços do petróleo, depois da divulgação de estoques menores que o esperado nos Estados Unidos, e das bolsas americanas.
- Além disso, esses papéis caíram muito nos últimos quatro dias. Os preferenciais da Petrobras ficaram cerca de 10% mais baratos, e os da Vale em torno de 9%. Agora eles se recuperam - observou.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York, o petróleo tipo WTI fechou em alta de 0,60%, a US$ 64,140. Em Londres, o caiu 0,06%, para US$ 62,720.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, teve ganho de 0,39%, a 11.543,3 pontos; o Nasdaq subiu 0,53%, para 2.227,67; o S&P ganhou 0,38%, para 1.318,07 pontos.
Ainda na Bovespa, no rastro do anúncio do pacote habitacional feito pelo governo, nesta terça-feira, as ações ligadas ao setor de construção também subiram: Cyrella ON (3,66%, para R$ 36,80), Gafisa (3,79%, para R$ 28,75), Duratex (6,21%, para R$ 17,95) e Rossi (2,12%, para R$ 24).
- Não são ações que estão baratas porque faz um bom tempo que elas vêm subindo devido à possibilidade do aumento aos financiamentos ou de se estender os prazos. Mas a perspectiva de que o setor vai melhorar dá uma aquecida ainda maior no mercado imobiliário e as ações ganham potencial de valorização - diz o superintendente de vendas do Bes Securities, Ricardo Schneider.
Outro destaque foram as ações ordinárias da Telemar, com alta de 6,64%, para R$ 61 o lote de ações ordinárias. A expectativa de analistas é de que a empresa conclua sua anunciada reestruturação.
Segundo Schneider, os mercados estão em compasso de espera por indicadores da economia americana que dêem sinais sobre o rumo da política monetária a ser adotada pelo país.
Nesta quinta-feira, o governo dos EUA divulga dados sobre vendas do varejo. Na sexta, saem informações sobre preços ao consumidor e produção industrial relativos a agosto.
- Isso deverá dar uma noção maior e poderemos visualizar com mais clareza quais serão os próximos passos do FOMC (o comitê de política monetária do Federal Reserve, o Banco Central americano), o que é bastante difícil. A tendência é de que haja um certo marasmo até lá.
O dólar caiu 0,51%, para R$ 2,1580, mesmo com um movimento de compra do Banco Central. O Bicbanco anunciou a venda no mercado internacional de US$ 150 milhões em bônus, com vencimento em 2009. O mercado antecipou a notícia, o que ajudou a derrubar as cotações, já que o dia foi de pouca liquidez.
O risco-país, por sua vez, teve queda de 0,45%, para 223 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos referenciados em depósitos interfinanceiros (DI) com vencimento em janeiro de 2008 - os mais líquidos, ficaram estáveis, projetando taxa de 13,710% ao ano. Os mais curtos, no entanto, fecharam em queda.
Saldo estrangeiro
A Bovespa informou que o saldo acumulado de investimento estrangeiro está positivo em R$ 377 milhões no mês, até 8 de setembro.
Durante o período, as compras somaram R$ 2.961.998.596,00, e as vendas ficaram em R$ 2.584.332.129,00. Mas, no ano, o saldo acumulado ainda está negativo em R$ 2.028.102.423,00.
