O principal índice das ações brasileiras subiu quase 3 por cento nesta segunda-feira, refletindo o aumento do interesse por ativos de risco no exterior e também a queda dos juros futuros no Brasil com a nova meta de superávit primário em 2011.
O Ibovespa fechou em alta de 2,83 por cento, a 54.860 pontos. O giro do pregão foi de 5,4 bilhões de reais.
Os índices de ações norte-americanos também subiram forte, com o Dow Jones e o Standard & Poor's 500 em alta de mais de 2 por cento, após dados melhores que o esperado de consumo nos EUA e também após o anúncio de uma fusão de dois bancos na Grécia.
Entre os papéis de maior liquidez do Ibovespa, o preferencial da mineradora Vale subiu 1,92 por cento, a 39,77 reais, e a ação equivalente da Petrobras avançou 2,96 por cento, a 20,49 reais.
O destaque ficou com empresas mais relacionadas à economia interna, como construtoras e varejistas, após a queda dos juros futuros na BM&FBovespa depois do aumento da meta do superávit primário em 2011 pelo governo.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o maior esforço fiscal deve conduzir a taxas de juros menores ao longo do tempo. Isso diminui a atratividade de investimentos de renda fixa em comparação com aplicações na bolsa.
"A gente achava que não tinha um 'trigger' (gatilho) para a bolsa subir. Mas aparentemente está surgindo um 'trigger' novo, que é esse provável início do afrouxamento monetário (corte dos juros). Isso é extremamente relevante para o mercado de ações", disse o analista-chefe da XP Investimentos, Rossano Oltramari.
A construtora PDG Realty subiu 7,92 por cento, a 7,22 reais, com o maior ganho percentual do Ibovespa. O índice do setor imobiliário avançou 4,81 por cento.
No setor de consumo, a eletrônica B2W avançou 7,9 por cento, a 15,02 reais.