A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu ontem seu 15.º recorde no ano e alcançou a marca histórica de 50.218 pontos, com valorização de 1,51%. O mercado brasileiro seguiu a onda mundial de valorização das bolsas, que refletiram bons indicadores econômicos dos Estados Unidos e a divulgação de resultados trimestrais de empresas que surpreenderam investidores.
Nos EUA, o índice Dow Jones que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Nova Iorque renovou o recorde e fechou em 13.241 pontos, em alta de 0,22%. "É o sexto recorde consecutivo do Dow Jones. A euforia é totalmente externa. Eu diria que é um momento esplendoroso para a economia global", destacou o analista Fábio Gouveia, do Win, home-broker da Alpes Corretora, de São Paulo.
O dólar comercial caiu a R$ 2,008 durante o dia, mas fechou em alta de 0,18%, a R$ 2,028, após atuação do Banco Central (leia mais na página seguinte). A taxa de risco-país fechou no mesmo patamar de quarta-feira, aos 153 pontos.
Tamanha euforia derivou da divulgação de dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que mostraram que a economia americana não deve entrar em recessão. "Demonstrou que o país tem uma população trabalhando e sem pressão inflacionária. Isso anima bastante os mercados globais. Acredito que a Europa vá abrir em alta amanhã, refletindo o fechamento de Nova Iorque hoje", disse Fausto Gouveia, do Win.
Além disso, os balanços divulgados recentemente, tanto no Brasil quanto lá fora, têm agradado analistas e batido expectativas. "Estamos na safra de balanços, e eles têm vindo muito bons", disse o analista.
Futuro
André Borghesan, analista da corretora Souza Barros, estima que a bolsa brasileira atinja o nível dos 52 mil pontos ainda neste semestre, com a possibilidade uma "correção" (venda de papéis) pontual dos preços das ações. "Por enquanto, não consigo ver motivos para uma queda mais brusca da Bovespa, a não ser alguma surpresa com a China, novamente, ou algum indicador muito desfavorável nos Estados Unidos", acrescenta.
"A expectativa de Bovespa encerrar o ano de 2007 em 55 mil pontos começa a ganhar ares de um cenário conservador diante da conjuntura atual. Sendo, nesse sentido, mais plausível crer que a Bovespa encerrará este ano ao redor de 60 mil pontos", estimou a Austin Rating em relatório.
Para o superintendente de renda variável da Unibanco Asset Management (UAM), Ronaldo Patah, o índice deve atingir entre 55 mil e 57 mil pontos em dezembro, o que registrará uma valorização próxima de 20% sobre os 46.200 pontos apurados no final de 2006.