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Crise financeira

Bovespa tem forte queda com temores mundiais sobre recessão

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra uma forte queda nesta quarta-feira (22), seguindo a onda negativa mundial com o aumento da possibilidade de recessão nas economias européias. Às 13h36, o indicador Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro - apontava baixa de 6,29%, aos 36.588 pontos.

Um dos motivos do cenário pessimista é a admissão do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, de que o Reino Unido não escapará da recessão. "Depois de ter adotado ações no sistema bancário, agora devemos adotar ações para enfrentar a recessão financeira mundial, que provavelmente provocará uma recessão na Grã-Bretanha", afirmou o líder inglês.

Novos resultados negativos de empresas também colocam pressão nos índices e fazem os indicadores da Bolsa de Nova York apontarem para baixo. O banco Wachovia anunciou prejuízo recorde de US$ 23,9 bilhões nesta quarta. A fabricante de aeronaves Boeing também teve recuo de 38% em seus resultados.

Das 49 companhias americanas que anunciaram previsões de resultados entre segunda-feira à noite e terça-feira, 45% foram negativos, 30% de acordo com as expectativas, 21% moderados e apenas 3% positivos.

No Brasil, os investidores acompanham o anúncio de medidas do governo contra a crise financeira. Nesta quarta, uma Medida Provisória autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar participações em outras instituições financeiras no país. Em coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que 'não tem banco quebrando no país'.

Na Argentina, o índice Merval da Bolsa de Buenos Aires desaba 11,57% nesta quarta, depois do plano de nacionalizaçao do sistema de previdência privada argentino anunciado ontem. Na véspera, o Merval já havia recuado 10,99%.

Quedas mundiais

Como conseqüência, as bolsas no exterior operam com fortes baixas. Na Europa, por volta das 13h20 de Brasília, o índice FTSE-100, da bolsa de Londres, recuava 4,06%. Na França, o CAC-40 perdia 4,44%. Perdas também em Frankfurt, na Alemanha, de 4,46%, e na Espanha, de 7,87%.

A situação se repetiu na Ásia. O pior desempenho ocorreu em Tóquio, onde o índice Nikkei, que registrou pequeno lucro no pregão de terça (21), perdeu 6,79% e fechou o dia em 8.674,69 pontos. Foi a décima pior queda percentual desde a criação do indicador, em 1950.

A Bolsa de Hong Kong registrou queda de 5,20%. As outras praças seguiram a tendência, com baixas de 5,1% em Seul, 3,20% em Xangai e 3,4% em Sydney. Nova Zelândia (-1,78%), Taiwan (-1,62%) e Filipinas (-1,1%) acompanharam o ritmo de queda.

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