A promessa da Itália de atender às pressões do mercado e controlar os gastos mais de perto acalmou os investidores na tarde desta sexta-feira, permitindo que a Bovespa fechasse em leve alta após mostrar bastante volatilidade ao longo do dia.
O principal índice das ações brasileiras, o Ibovespa, fechou em alta de 0,26 por cento, a 52.949 pontos, e acumulou queda de 10 por cento na semana. Ao longo do dia, o Ibovespa chegou a cair 3,14 por cento e a subir 2 por cento.
"O mercado hoje foi bem bipolar", resumiu o analista da corretora SLW Pedro Galdi. "Abriu de manhã festejando os bons indicadores dos Estados Unidos e na sequência começou a perder força lá fora", acrescentou, em referência ao relatório de emprego dos Estados Unidos em julho, que mostrou criação de 117 mil postos de trabalhos no país e diminuiu por ora o temor de uma nova recessão.
O principal temor do mercado, nesta sexta-feira, foi de um contágio da crise da dívida da Europa sobre Itália e Espanha, duas das quatro maiores economias da região. Mas a promessa do governo italiano de antecipar reformas para contar com a ajuda do Banco Central Europeu (BCE) permitiu um fechamento mais tranquilo das bolsas de valores.
Galdi destacou o giro financeiro deste pregão de 8,8 bilhões de reais, pelo terceiro dia seguido acima da média do ano, de cerca de 6,3 bilhões de reais. A maior concentração dos negócios foi de manhã, quando predominava o pessimismo.
"Dá a impressão de que os gestores de fundos, vendo que o mercado começou a virar (para baixo), preferiram realizar mais (lucros) da carteira para fazer caixa para os resgates de cotistas", afirmou o analista.
Nos Estados Unidos, o mercado acionário teve o maior volume diário desde o "flash crash" de 2010, com 15,8 bilhões de dólares. O índice Standard & Poor's 500 fechou praticamente estável.
As ações preferenciais da Vale, com giro de mais de 1 bilhão de reais, tiveram queda de 2,5 por cento, a 40,23 reais. O papel equivalente da Petrobras caiu 2,28 por cento, a 20,18 reais.