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Mercado

Bovespa tem maior nível em um mês, puxada por Petrobras e Eike

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, fechou nesta quinta-feira (7) em alta de 1,56%, aos 58.846 pontos. Esta é a maior pontuação de fechamento do índice desde 6 de fevereiro deste ano, quando ficou em 58.951 pontos.

A valorização do índice reflete a disparada dos papéis das empresas de Eike Batista, que chegaram a subir 23% ao longo do dia, assim a continuidade da alta das ações da Petrobras.

Ontem à noite, o empresário anunciou a contratação do banco BTG Pactual, de André Esteves, para prestar consultoria financeira ao grupo EBX. A parceria envolve aconselhamento financeiro, linhas de crédito e futuros investimentos para projetos estruturantes da holding que controla as empresas X nos diversos setores de atuação da companhia.

As ações de OGX (petróleo e gás), MMX (mineração) e LLX (logística) fecharam o dia com ganhos de 16,43%, 17,04% e 10,40%, respectivamente.

Os três papéis do grupo EBX possuem, juntos, peso de 4,63% no Ibovespa. Desse total, 3,16% são a representatividade da OGX no índice. Às 12h18 (horário de Brasília), as ações da OGX atingiram sua cotação máxima durante o dia, de R$ 3,73, 23% de valorização.

De acordo com a analista Carolina Flesch, do BB Investimentos, a parceria é uma "ótima notícia" para as empresas X.

"O forte desempenho dos papéis é natural. As empresas do grupo EBX sempre foram ligadas umas às outras e, quando uma sobe, todas sobem. Neste caso, a parceria é positiva e teria efeito sob todas elas, portanto, justifica a alta generalizada entre os papéis de Eike", explica.

Mesmo alegando que ainda faltam detalhes sobre de qual maneira o BTG vai contribuir para as companhias de Eike, o que impede a impede de fazer qualquer calculo de impacto financeiro, Carolina lembra que a parceria melhora o nível de confiança dos investidores com as empresas X.

"A confiança dos investidores na palavra de Eike está bastante abalada, desde o atraso no início da produção de petróleo pela OGX até os volumes de produção da commodity menores que o previsto, além dos vários boatos de venda de parte de algumas empresas. Com essa nova parceria com o BTG, acho que está havendo um resgate dessa confiança".

"Vejo com bons olhos, pois reduz o risco financeiro das empresas X. É um parceiro estratégico para os negócios do grupo", avalia Luiz Broad, analista da Ágora Corretora, que faz uma ressalva: "mesmo com risco menor, a continuidade do otimismo dos investidores com as empresas vai depender da capacidade do grupo EBX de entregar projetos".

Mesmo diante das fortes altas registradas hoje, a analista Luana Helsinger, do GBM, recomenda o pequeno investidor a manter as ações do grupo EBX.

"As perspectivas para o grupo são positivas, especialmente agora com a parceria com o BTG, que deve auxiliar bastante na condução dos projetos das empresas. Olhando no longo prazo, acho que o investidor que não vender as ações nesse momento pode vir a ter ganho maior mais para frente", avaliou Luana.

Agenda

Além do noticiário corporativo, também influenciou o comportamento da Bolsa hoje a repercussão sobre a manutenção do juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 7,25% ao ano. Foi a terceira reunião seguida do Copom (Comitê de Política Monetária) em que a taxa -que está no menor nível da história- foi mantida. O mercado, que já esperava esta decisão, recebeu a notícia positivamente. Uma taxa mais baixa de juros torna menor o custo dos investimentos e estimula a economia.

Como reflexo, a produção industrial no país cresceu 2,5% de dezembro para janeiro na comparação livre de influências sazonais (típicas de cada período) -o maior crescimento desde março de 2010 na comparação com o mês anterior.

Exterior

Na Europa, o Banco Central Europeu manteve a taxa de juros da zona do euro em 0,75% ao ano, menor nível histórico. Em nota, a autoridade sinalizou que deve evitar adotar alguma ação dramática para ajudar a Itália ou outros países da zona do euro, apesar de a ameaça de problemas políticos em Roma reacenderem a crise da dívida do bloco.

Os investidores não aprovaram as declarações do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na quais ele evitou falar sobre se acha que os mercados financeiros estão precificados nos atuais níveis altos. Assim, as Bolsas europeias, que subiam forte pela manhã, perderam força e fecharam com leve queda.

Nos EUA, o número de americanos solicitando novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, sugerindo uma melhora na recuperação do mercado de trabalho e no crescimento econômico. Mas as perspectivas de crescimento foram levemente ofuscadas por outro relatório divulgado nesta quinta-feira, mostrando um aumento do deficit comercial em janeiro devido a uma alta das importações.

Petrobras

Depois de terem registrado, ontem, a maior alta em 14 anos, os papéis ordinários (com direito a voto) da Petrobras voltaram a fechar hoje em forte. Dessa vez, o avanço foi de 4,93%, para R$ 17,22 cada. Já as ações preferenciais (mais negociados e sem direito a voto) da estatal fecharam o dia em alta de 4,98%, para R$ 18,95. O movimento dos papéis da estatal do petróleo reflete a repercussão positiva do reajuste no preço do diesel, anunciado nesta semana. Analistas afirmam que os indicadores financeiros da empresa vão ser afetados positivamente por este motivo. Assim como no caso do grupo EBX, a confiança dos investidores na Petrobras parece estar sendo retomada, segundo a analista Carolina Flesch, do BB Investimentos, depois que a empresa registrou forte queda no lucro líquido do quarto trimestre e alterou a forma de distribuição de dividendos.

"Com estes episódios, as ações sofreram bastante, especialmente as ordinárias, que caíram mais por conta do menor pagamento de dividendos. Acho que agora os papéis ordinários da empresa estão subindo mais que os preferenciais para zerar essa diferença", afirmou Carolina.

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