O crescimento abaixo do esperado da atividade econômica brasileira no primeiro trimestre do ano derrubou nesta quarta-feira (29) o principal índice de ações da Bolsa nacional, que também foi pressionado pelo clima negativo nos mercados externos. O Ibovespa fechou o dia em queda de 2,5%, aos 54.634 pontos. Foi a maior desvalorização diária do índice desde 15 de abril, quando caiu 3,66%. Apenas nos últimos três dias o Ibovespa acumulou perda de 3,16%. No ano, cai 10,36%.

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Com o resultado negativo da indústria, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,6% no primeiro trimestre do ano na comparação livre de influências sazonais com os últimos três meses de 2012 -abaixo do previsto pelo mercado, cujas expectativas apontavam para uma expansão de cerca de 0,9%.

"O número foi decepcionante. De novo. Esse PIB deve estimular uma revisão para baixo nas projeções de crescimento do Brasil no ano, mais uma vez", avalia Pedro Galdi, da SLW Corretora. "Esse número assusta os investidores estrangeiros e esse cenário, somado ao possível corte nos estímulos econômicos nos EUA, acaba fortalecendo a fuga do capital externo na Bolsa brasileira, que ontem caiu mais do que os demais mercados internacionais. Hoje deve ser igual", completou Galdi.

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O resultado aumentou as expectativas para a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sobre o patamar da taxa básica de juros -a Selic- nesta noite.

Embora parte do mercado aposte na possibilidade de o BC subir a taxa dos atuais 7,5% para 8% ao ano, os números do PIB, especialmente o de consumo das famílias, que ficou estagnado, sugere que a autoridade deverá subir a Selic em apenas 0,25 ponto percentual para não comprometer ainda mais o desempenho econômico.

O crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano foi classificado como "muito ruim" pelo governo Dilma e deveria levar, na avaliação de assessores presidenciais, o Banco Central a manter o ritmo de aumento da Selic- de 0,25 ponto percentual, o que a levaria para 7,75% ao ano após a reunião do Copom desta quarta.

Papéis

Com a queda nos preços das commodities (matérias-primas) no exterior, as ações mais importantes do mercado brasileiro registraram queda e puxaram o Ibovespa para baixo.

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As ações mais negociadas de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE5) caíram 1,10% e 1,31%, respectivamente, para R$ 19,85 e R$ 29,38. Esses papéis representam, juntos, mais de 17% do Ibovespa. Quem liderou as quedas do Ibovespa hoje foram as ações da OGX, empresa de petróleo de Eike Batista, que caíram 9,64%, para R$ 1,50. Esses papéis representam mais de 5% do Ibovespa.