São Paulo - A descrença sobre a economia da Europa derrubou a cotação do euro para níveis de 2006. As bolsas também sofreram as consequências, em sinal de que o investidor continua avesso a risco. O euro foi negociado por US$ 1,23, ante US$ 1,25 na sexta. Em seu momento mais baixo, a moeda europeia chegou a ser cotada a US$ 1,22.
Embora vários países europeus tenham assumido o compromisso de reduzir os déficits públicos, de modo a renovar a confiança dos mercados, economistas temem que esse processo de ajustes retarde a retomada do crescimento na região.
Analistas citavam ontem outro ingrediente do pessimismo geral: o temor de que a China lance mão de medidas restritivas ao crescimento. Pequim tem repetidamente manifestado reservas quanto à formação de "bolhas" de preço, principalmente no setor imobiliário.
Pela manhã, as bolsas europeias até chegaram a se valorizar, mas esse movimento não se sustentou. A bolsa londrina encerrou o dia estável, enquanto Paris teve perdas de 0,47%. Na Alemanha, a bolsa teve ganho modesto de 0,16%. As bolsas americanas conseguiram encerrar o dia com ganhos, ainda que moderados. A referência global dos investidores, o índice Dow Jones (Bolsa de Nova Iorque), subiu 0,05%. No Brasil, a Bovespa encerrou o dia com perdas de 0,86%. O dólar comercial foi vendido por R$ 1,812, alta de 0,44%.
Especulações
Profissionais reconhecem que os problemas da Europa preocupam, mas advertem que os mercados estão muito sensíveis a especulações e rumores."Há uma onda de especulações sobre a Europa que pode alcançar outros países", diz Edison Marcelino, gerente de operações da corretora Finabank, apontando a China como possível "alvo". "Nós temos de lembrar que muita gente ganha dinheiro com volatilidade."
Preparação
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tocou ontem o sino de abertura do pregão na Bolsa de Valores de Nova Iorque (Nyse, na sigla em inglês). Nos EUA, ele disse que o governo brasileiro está atento aos desdobramentos da crise na Europa e que o país está preparado para "qualquer crise" e para a hipótese de piora do cenário europeu.
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