Desde o fim de novembro a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não registrava um tombo tão forte como o de ontem, que jogou o índice de ações para o nível de preços mais baixo em quase seis meses. As bolsas americanas, a principal referência externa do investidor, operaram com perdas durante todo o pregão. E, no fim da tarde, nem o anúncio oficial de um corte de R$ 50 bilhões no orçamento federal ajudou a tirar a bolsa do campo negativo. O Ibovespa retrocedeu 2,36% no fechamento, aos 64.217 pontos.
"O número [do corte] veio dentro das expectativas, entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. Dada a nossa necessidade de um ajuste das contas públicas, uma austeridade fiscal adicional seria bem importante", comenta Osmar Camilo, analista da Socopa Corretora.
Como o tamanho dos cortes públicos previstos não surpreendeu, alguns analistas do setor financeiro consideram que novos esforços para conter o consumo (e deter o avanço dos preços) devem vir do Banco Central, por meio do ajuste dos juros básicos (hoje em 11,25% ao ano). Em geral, juros mais altos não favorecem o mercado acionário.
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