A crise que avança sobre os mercados internacionais atingiu fortemente a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda-feira (15). O índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - fechou em baixa de 7,59% no dia, terminando o pregão aos 48.416 pontos.

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Foi a maior baixa desde 11 de setembro de 2001, quando o índice recuou mais de 9%. A desconfiança internacional e o desânimo com a má performance da economia americana aumenta também a aversão do investidor ao risco financeiro. Isso fazia o risco-país do Brasil se elevar a 309 pontos perto do fechamento do pregão, uma alta de 15,3% sobre os 268 pontos de sexta-feira (12).

Os mercados reagiram à notícia de que o Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, pedirá concordata, após ver fracassadas as negociações para a venda no final de semana.

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O banco anunciou que nenhuma de suas subsidiárias de corretagem de valores ou outras subsidiárias da holding serão incluídas no pedido de proteção do Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, e que todas vão continuar operando com normalidade.

Além disso, as ações da AIG (American International Group) - maior seguradora dos EUA - mostravam queda de 55% no pregão por volta das 16h15 de Brasília, na bolsa de Nova York.

A seguradora anunciou um acordo pela qual suas subsidiárias irão emprestar à matriz um total de US$ 20 bilhões para que ela continue operando, graças a um permissão dada pelo órgão regulador de seguros do estado de Nova York.

Bolsas

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones opera em baixa de mais de 3%. Na Europa, o resultado do dia levou os mercados do continente ao pior patamar em dois meses. O indicador que reúne os principais mercados do continente teve baixa de 3,67% nesta segunda-feira.

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Na Ásia, o impacto foi menor porque as maiores bolsas - Japão, Hong Kong e Coréia do Sul – ficaram fechadas por causa de um feriado. Mas os mercados restantes fecharam no vermelho: Índia, 5,4%; Taiwan, 4,1%; Austrália, 2%; e Cingapura, 2,9%.

Quebra importante

Trata-se da quebra mais importante nos EUA desde 1990, quando o Drexler Burnham Lambert - especialista em "bônus lixo" - apresentou a mesma declaração.

O Lehman Brothers, que operava há 158 anos, se transforma no terceiro banco de investimento que desaparece ou muda de mãos em seis meses nos EUA. Em março, o Bear Stearns obrigou a intervenção do Departamento do Tesouro. Neste domingo (14), o Bank of America comprou o Merrill Lynch.

Venda fracassada

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A quebra do Lehman era considerava certa depois que, no domingo, fracassaram as conversas entre as autoridades econômicas dos EUA e representantes das principais entidades financeiras para encontrar um comprador. A solução inicial, que incluía a venda de seus ativos rentáveis ao grupo britânico Barclays, foi abandonada depois que a instituição do Reino Unido renunciou, por causa da negativa do Tesouro dos EUA em dar respaldo financeiro à operação.

O Lehman Brothers, cuja sede fica em Nova York, tem sedes regionais em Londres e Tóquio.

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