O mercado financeiro voltou a sofrer nesta manhã de quarta-feira com as incertezas no cenário internacional e a perspectiva da alta de juros nos Estados Unidos. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que fechou a semana passada com recorde histórico de pontuação, aos 39.239 pontos, já opera abaixo dos 37 mil pontos. O Ibovespa encerrou a primeira etapa do dia com 36.849 pontos (queda de 1,53% em relação ao fechamento de ontem, segunda-feira) - na semana, a queda acumulada chega a 6,09%.
O dólar comercial, que fechou os dois últimos dias em alta de mais de 1%, oscilou bastante nas primeiras horas de negociação e fechou o pregão da manhã com alta de 0,28%, a R$ 2,172 na compra e R% 2,174 na venda. O Banco Central, que já não vinha comprando dólares no mercado à vista nesta semana, não vai realizar o tradicional leilão de swap cambial reverso nesta quarta-feira. A autoridade monetária não explicou o motivo da suspensão hoje (os leilões vinham acontecendo diariamente desde dezembro).
Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, encerra a reunião que vai definir a nova taxa de juro da economia. Se a redução do juro for confirmada, como prevê o mercado, será a sétima queda consecutiva da Selic. Os analistas, que estavam divididos entre uma queda de 0,75 ponto e 1 ponto percentual, já começam a pender mais para a primeira opção depois que alguns investidores deixaram, ainda que momentaneamente, o país em busca da maior rentabilidade oferecida pelos títulos do Tesouro americano.
- É natural que os países, com economia desenvolvida e moedas conversíveis, acabem repercutindo em cadeia elevações de juros. Mas isso não deve ser utilizado como argumento para que se reduza o otimismo de uma queda de 1 ponto na taxa Selic. O Banco Central do Brasil sinaliza que está atento ao irrealismo e artificialismo que ocorrem no momento, tanto é que nos últimos 2 dias não realizou leilão de compra no mercado físico (à vista), e, hoje, anuncia que não realizará oferta de swap reverso - afirmou Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da Corretora NGO.
Se no Brasil a perspectiva é de queda dos juros, nos Estados Unidos, o Federal Reserve (o BC americano) tem elevado sistematicamente as taxas, para evitar alta nos preços em um momento bom para a economia local. Entre junho de 2004 e janeiro deste ano o Fed já elevou a taxa de juro 14 vezes, de 1% para 4,5% no período. A reunião deste mês do Fed ocorrerá nos dias 27 e 28.
Nesta quarta-feira, o risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre um determinado país, apresentava ganhos. O EMBI+ brasileiro subia há pouco 9 pontos, para 238 pontos centesimais. Na Bolsa de Valores de São Paulo, entre as ações mais negociadas estavam Petrobras PN, Bradesco PN e Telemar PN. As principais baixas eram de TIM Part ON (4,78%), Celesc PNB (3,38%) e Bradesco PN (3,13%). Subiam apenas Embraer PN (2,35%), Telesp Celular PN (0,77%), Aracruz PNB (0,76%) e CRT Celular PNA (0,69%).
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