A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ultrapassou, pela primeira vez, a barreira dos 43 mil pontos nesta terça-feira, atingindo novo recorde.
Impulsionado pelo cenário positivo no mercado americano e por uma forte alta das ações da Vale do Rio Doce, que tem grande peso na composição do índice, o Ibovespa subiu 1,18%,com volume de financeiro de R$ 3,229 bilhões, aos 43.157 pontos.
O risco-país, que mede o grau de desconfiança dos investidores em relação à economia brasileira, registrava queda expressiva, de 3,11%, situando-se nos 218 pontos centesimais.
O dólar, por sua vez, fechou em baixa, refletindo o cenário favorável para os ativos do país, especialmente o bom desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo. A divisa americana fechou o dia a R$ 2,1520, com desvalorização de 0,60%.
AÇÕES
Segundo Philip Greenman, analista da Corretora Ágora, as ações da Vale subiram (3,54%) diante de uma perspectiva de negociação positiva de preço com siderúrgicas chinesas neste fim de semana.
O reajuste não deverá ficar em 20%, como querem as empresas, mas sim em torno de 10%, o que já é visto como positivo pelo mercado diz.
Durante o dia, também foram marcantes as operações de compra de ações no mercado à vista para venda dos papéis no mercado de futuros.
GLOBAL 40
O rendimento pago pelo bônus Global 40 recuou abaixo de 6% pela primeira vez, em razão de um aumento do apetite dos investidores por ativos de mercados emergentes.
O bônus subiu 0,375 ponto em preço, para o maior nível de sua história, a 133,500% do valor de face. O patamar equivale a um rendimento de 5,996%.
ESTRANGEIROS
Segundo dados divulgados nesta terça-feira, o saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa, no ano, está positivo em R$ 1.489.747.279,00. A participação destes investidores na movimentação financeira da bolsa em novembro foi de 33,32%.
No mercado de juros futuros, os contratos referenciados em Depósitos Interfinanceiros com vencimento em janeiro de 2008 projetavam taxa de 12,670%, com recuo de 0,07 ponto percentual.
JUROS
O mercado elevou as apostas em corte do juro básico (Selic) em 0,50 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião de janeiro.
Nesta terça-feira, a projeção de juro para o início de fevereiro, balizada pelo DI fevereiro de 2007 negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), caiu para 13,10% ao ano - patamar que aponta corte de 0,40 ponto percentual da próxima Selic. Até segunda-feira, este vencimento não sinalizava corte algum do juro pelo Copom.
Os demais contratos de juros também cederam em reação aos dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que revelaram melhora da atividade neste quarto trimestre. As vendas reais da indústria (dessazonalizadas) cresceram 1,69% em outubro frente a setembro.
Conforme relato de Isabel Versiani, da Reuters em Brasília, o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, explicou que o uso da capacidade instalada (de 81,8% em outubro ante 82,2% em setembro) indica maturação de investimentos e sugere que a economia entrará em 2007 sem riscos de gargalos sobre a produção.
O resultado da produção industrial de outubro, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta na quarta-feira, pode aumentar a confiança do mercado em mais um corte da Selic em 0,50 ponto.
AMERICANAS
A alta das bolsas americanas foi um motivo a mais para a valorização das ações na bolsa brasileira. O mercado americano foi influenciado, novamente, por indicadores econômicos.
O índice de produtividade dos Estados Unidos em abril foi revisado de estável para um crescimento de 0,2% no terceiro trimestre do ano. O dado, no entanto, ficou abaixo da expectativa de Wall Street, que esperava uma expansão de 0,5% no indicador.
A construtora de residências de luxo Toll Brothers informou que a forte crise no mercado imobiliário americano pode estar chegando ao fim, o que pode estar influenciando as cotações.
A empresa teve uma queda de 40% em seus ganhos no trimestre encerrado em 31 de outubro. Mas, apesar dos indicadores ruins, o presidente da empresa, Robert Toll, disse que o mercado para novas residências pode, finalmente, estar se recuperando após meses de declínio.
O Departamento de Trabalho também estimou que o custo unitário por trabalhador tenha subido 2,3% na comparação com o segundo trimestre. Na primeira leitura, o dado havia subido 4%.
