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A BRA vai voltar às origens e se relançar como uma empresa de fretamentos de vôos. Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a BRA conseguiu ontem a aprovação dos credores para o seu plano de recuperação judicial. Em assembléia realizada na sede da empresa, em São Paulo, os credores concordaram com um deságio de 70% na dívida de R$ 180 milhões. Os credores, a maioria bancos - Real, Santander, Safra e Sofisa -, receberão seus créditos em cinco anos, depois de três anos de carência.

A falência da BRA era dada como certa por todas as partes envolvidas. O Brazilian Air Partners (BAP), grupo de fundos estrangeiros, além do Gávea, que detêm 42% do capital total da companhia, já tinha registrado o prejuízo e deixado de acompanhar o processo.

"Até um mês atrás, nada avançava", conta Walter Folegatti, sócio-fundador da empresa ao lado do irmão Humberto. "Os fundos estrangeiros entregaram a Deus, nem compareceram às assembléias.

De acordo com Folegatti, a idéia de voltar como uma empresa de vôos charter foi uma última cartada. "Eu não acreditava que os investidores iam topar. Iam achar que era 171 (artigo do código penal que trata de estelionato). Se soubesse que seria aprovada, não teria demorado nove meses para apresentar essa proposta."

Até então, a BRA insistia em um modelo de negócios de vôos regulares, proposta defendida principalmente por Humberto, sem sucesso. Humberto, o mais passional dos irmãos, já muito desgastado com os sócios estrangeiros, resolveu sair da sociedade, vendendo sua parte para Walter.

Depois de aprovar o plano na manhã de ontem, Walter saiu da assembléia e foi direto para um banco negociar um empréstimo de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões, recurso necessário para dar a largada no plano. A intenção é voltar ao mercado em dezembro, com três Boeings 737-300. Até lá, a empresa deve contratar de 100 a 120 funcionários, entre tripulantes, mecânicos e pessoal administrativo. Pelo plano aprovado ontem, a empresa pretende chegar até 2016 com sete jatos.

A nova empresa também vai gerar receita com a incorporação da operadora de turismo fundada pelos irmãos Folegatti, a PNX Travel - que poderá ou não mudar de nome. A PNX chegou a ter 25% do mercado de operadoras de turismo. Com a crise da BRA, essa participação caiu para 1,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo,

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