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Bradesco decide manter estrutura do HSBC em Curitiba

HSBC possui quatro centros administrativos, uma empresa de desenvolvimento de software e 30 agências bancárias em Curitiba | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
HSBC possui quatro centros administrativos, uma empresa de desenvolvimento de software e 30 agências bancárias em Curitiba (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A fase de transição do HSBC para o Bradesco começou no início deste mês e a intenção do banco brasileiro é aproveitar a maior parte da estrutura disponível em Curitiba para gerar mais rentabilidade para o grupo. As agências bancárias, centros administrativos e o HSBC Global Technology (GLT) – empresa de desenvolvimento de softwares – serão mantidos, assim como a maior parte dos quase 7 mil funcionários.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o vice-presidente do Bradesco responsável pela área de tecnologia, Maurício Machado de Minas, e o vice-presidente da rede de atendimento, Josué Augusto Pancini, detalharam como será o processo de transição, que deve ser finalizado até 7 de outubro. As grandes mudanças serão em relação à revisão de contrato com fornecedores, internalização de atividades próprias que o HSBC possui e organização de centros de competência de Curitiba que prestarão serviço para a organização a nível mundial.

Nas palavras de Minas, a grande surpresa em todo o pacote vendido pelo banco britânico por R$ 16 bilhões foi o HSBC Global Technology (GLT), empresa de desenvolvimento de softwares. A unidade será a primeira a se integrar ao Bradesco e toda a sua estrutura física e pessoal será mantida.

O que mudará será o nome e as funções. A unidade passa a se chamar Scopus Curitiba e focará suas atividades no desenvolvimento de plataformas web e mobile. Até então, a equipe de cerca de 800 funcionários se dedicava à manutenção dos sistemas desenvolvidos no exterior.

Com a transição, a Scopus Curitiba atuará junto com a Scopus de São Paulo – unidade de tecnologia do Bradesco que possui cerca de 700 funcionários. “Vamos dobrar de tamanho em desenvolvimento de tecnologia”, diz Minas.

O investimento em tecnologia vai ao encontro do objetivo do Bradesco de se tornar um banco digital. “Queremos criar uma plataforma nativa digital, com uma experiência parecida com a das redes sociais”, diz o executivo. O objetivo é fazer as plataforma digitais atuarem como provedoras de serviços, inclusive para abertura de contas.

Centros Administrativos

O HBSC possui quatro centros administrativos em Curitiba, nos bairros Água Verde, Hauer, Centro (Palácio Avenida) e Xaxim que empregam mais de 5 mil funcionários. “Algumas atividades que imaginamos que sejam relevantes para o banco Bradesco e que hoje são feitas por terceiros em São Paulo, nós vamos deixar de terceirizar e vamos internalizar, como o call center aqui em Curitiba”, explica Minas.

O serviço de call center do Bradesco será todo feito pela equipe de Curitiba, que conta com 1 mil funcionários. O serviço de cobrança de mora, que também é terceirizado, deve ficar somente com a equipe local. “Vamos testar aqui para ver se há ganho de eficiência”, diz Pancini.

As demais áreas administrativas, que empregam 3,2 mil funcionários, também devem ser incorporadas. Para isso, serão organizados Centros de Competência em Curitiba que vão prestar serviço para a organização a nível nacional. Os destaques são os setores de crédito, estatístico e atuário. Já com relação aos funcionários de TI que não compõem o GLT, cerca de 900 pessoas, a ideia é tentar aproveitá-los e usá-los na gestão dos data centers.

O compromisso do Bradesco também é de manter a maior parte das agências bancárias do HBSC. Pancini afirma que, mesmo nos casos de sobreposição, quando há agências das duas bandeiras na mesma rua, por exemplo, não haverá fechamento. A exceção é para os casos de unidades ineficientes, que podem ser fechadas. “O que está sendo avaliado é se é uma operação que dá resultado”, diz Pancini.

Contraponto

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região acredita que não haverá demissões em massa, mas não trabalha com um cenário tranquilo de transição. A instituição teme que a matriz seja mantida em São Paulo e que parte dos centros administrativos sejam descontinuados.

Desde sexta-feira (8), o sindicato disponibilizou um canal de denúncias em sua página e está recebendo cerca de 15 depoimentos anônimos por dia. A maior parte das reclamações é sobre a falta de informação. A categoria também está mobilizada para manutenção dos salários e benefícios dos funcionários do HSBC, que, segundo a instituição, são maiores que os oferecidos pelo Bradesco.

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