O Bradesco aproveitou a janela criada com uma emissão bem sucedida do governo brasileiro na véspera e levantou 750 milhões de dólares em notas seniores de 5 anos nesta quinta-feira (5). Na operação, coordenada pelo Bradesco BBI, em parceria com BB Securities, Bank of America Merrill Lynch, BTG Pactual, Citi e HSBC, o segundo maior banco privado do país pagou uma taxa de 4,5%, no piso na faixa indicativa do emissor, de 4,5 a 4,625%. "O cenário não mudou muito, mas a simples ausência de novas notícias muito negativas já ajudou", disse Renato Ejnisman, diretor do Bradesco BBI, à Reuters. A meta inicial do banco era levantar 500 milhões de dólares, mas a forte demanda do mercado pelos papéis, que chegou a superar 2 bilhões de dólares, fez o Bradesco mudar os planos. Na quarta-feira, o governo brasileiro concluiu a emissão externa de 825 milhões de dólares de Global 2021, com o menor rendimento pago na história. E a Vale emitiu 1 bilhão de dólares em bônus para 2022, com cupom de 4,375% ao ano. O banco ofereceu um deságio de cerca de 361 pontos base sobre o Treasury norte-americano de cinco anos, acima do embutido nos títulos de 2016 negociados no mercado secundário, que tem um spread de 323 pontos base sobre os títulos do Tesouro dos Estados Unidos. O banco tem uma opção - e ainda não decidiu se vai exercê-la - para colocar um lote adicional no mercado asiático de cerca de 10% do valor total da operação. Segundo Marlene Millan, diretora do departamento de câmbio do Bradesco, os recursos obtidos com a captação serão utilizados prioritariamente para oferta de capital de giro e para linhas de comércio exterior de longo prazo a companhias brasileiras. Segundo ela, se houver uma combinação de preços pedidos e prazos favoráveis, o Bradesco poderá voltar ao mercado nos próximos meses. "Se houver apetite do mercado e condições apropriadas, podemos fazer", disse ela à Reuters.
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