A aprovação da venda do HSBC pelo Banco Central (BC) prevê a assinatura de um acordo em que o Bradesco, que comprou a operação do banco britânico no Brasil por R$ 17,6 bilhões, se comprometa a manter o valor das tarifas, o mesmo número de agências, além de melhorar o atendimento aos clientes. O acordo será firmado pelo Bradesco e o BC nos próximos dias.
“O cliente do HSBC é que terá que fiscalizar se essas tarifas serão elevadas. Mas é difícil fazer uma comparação de preços entre pacotes de serviços com nomenclaturas tão diferentes oferecidos pelos bancos. Caberia ao BC essa tarefa, mas isso não acontece”, diz o economista João Augusto Salles, especialista no setor bancário da consultoria Lopes Filho & Associados.
No exterior, diz Salles, em casos de concentração bancária, o órgão regulador acompanha mais de perto se os ganhos de eficiência que os bancos obtêm são repassados aos consumidores.
O BC informou que os bancos são obrigados por lei a oferecer pacote básico de serviços gratuitos aos clientes, mas podem cobrar pelos demais serviços. O Bradesco não comentou o acordo de manutenção das tarifas.
Mesmo com a aprovação do BC, a negociação ainda enfrenta resistência do Sindicato dos Bancários de Curitiba no Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os sindicalistas protocolaram no órgão posição contrária à aquisição. O Cade deverá dar seu parecer em até dois meses.
“Trabalhamos com a possibilidade de demissão dos cerca de 6 mil bancários em Curitiba”, afirmou Cristiane Zacarias, diretora do sindicato.
Caso o Cade aprove a transação, o sindicato pede um acordo para evitar demissões em massa. O Bradesco disse que não poderia comentar, enquanto o Cade não aprovasse o negócio.
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