O Bradesco pode enfrentar forte queda do capital, se sua oferta pela unidade brasileira do HSBC sair vencedora, afirmaram analistas do UBS nesta segunda-feira.
Em reportagens, o serviço online do jornal O Estado de S. Paulo e a Bloomberg afirmaram que o Bradesco fez o maior lance entre os potenciais compradores do HSBC no Brasil. A Bloomberg, citando fontes, disse nesta segunda-feira que o Bradesco pode pagar até 14 bilhões de reais em dinheiro pelo HSBC Brasil.
Bradesco e HSBC não quiseram comentar.
Se o Bradesco pagasse a transação com caixa e os órgãos reguladores aprovassem o negócio rapidamente, o chamado capital de nível 1 do Bradesco poderia cair para 10,1 por cento, ante 12,1 por cento em março, os analistas liderados por Philip Finch escreveram em nota a clientes.
O índice de Basileia, medida da força financeira a reserva de capital em relação a ativos ponderados pelo risco de um banco, deve ter piso de 11 por cento no Brasil. O capital de nível 1, composto sobretudo pelo patrimônio líquido, é o principal componente de Basileia.
Para o Bradesco atingir esse piso teria que ter uma queda de 6,7 bilhões de reais no capital. Se a aprovação demorar mais, no cenário mais provável, o Bradesco poderia acumular lucro, que o ajudaria a cobrir grande parte desse déficit, calculou Finch.
Se a compra fosse aprovada no fim do ano, o déficit de capital cairia para 5,4 bilhões de reais. O Bradesco deve pagar 1,6 bilhão de reais em dividendos trimestrais este ano, disseram os analistas.
O HSBC deve escolher a quem vender a unidade ainda este mês, com a venda deverá sendo concluída em agosto, três fontes com conhecimento do processo, disse à Reuters em maio. Os lances não devem superar o valor contábil, estimado em cerca de 10 bilhões de reais, as mesmas fontes disseram.
As notícias de venda do HSBC no país iminente vêm após o presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver, afirmar que Brasil, México, Turquia e Estados Unidos são mercados potenciais para vendas. No ano passado, o HSBC Brasil teve prejuízo líquido de 441 milhões de reais.
Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil tiveram acesso a documentos preliminares da venda e apresentaram propostas. Itaú e Santander Brasil fizeram ofertas menores do que a do Bradesco, disse o Estado de S. Paulo.
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