O Índice Big Mac, divulgado pela revista britânica The Economist nesta quinta-feira (7), aponta que o Brasil tem o 14º Big Mac mais caro entre os 27 países pesquisados.
O preço do tradicional sanduíche no Brasil é de R$ 13,50 (US$ 3,35) e a taxa de câmbio de mercado usada na pesquisa é R$ 4,02. Entretanto, o índice Big Mac indica que a taxa de câmbio, com base no custo do sanduíche, deveria ser de R$ 2,74. De acordo com a pesquisa, a subvalorização do real atualmente, de 32%, é a maior desde maio de 2004 (41,4%).
Entenda o índice
O índice Big Mac, criado em 1986, é baseado na ideia da paridade do poder de compra, que diz que as taxas de câmbio deveriam se mover em direção a um nível que tornaria igual o preço de uma cesta de produtos em diferentes países. Neste caso, se o custo local de um sanduíche é superior ao preço nos EUA, de US$ 4,93, a moeda está sobrevalorizada, ou cara. Se o preço local é inferior a esse nível, a moeda está subvalorizada, ou barata.
A Economist lembra que, para moedas emergentes, estar subvalorizada no índice Big Mac não é necessariamente sinal de que a taxa de câmbio deve subir em breve. Isso porque o custo do hambúrguer depende parcialmente de itens não comercializáveis, como aluguéis e salários, que tendem a ser menores em países mais pobres.
Segundo a publicação, o índice compara o custo do famoso sanduíche do McDonald’s em diferentes países a partir da conversão da moeda local em dólar usando taxas de câmbio do mercado (com base em 6 de janeiro). O resultado é usado para mostrar o poder de compra das moedas dos países pesquisados.
Nos Estados Unidos, o Big Mac custa US$ 4,93. No topo da lista, apenas na Suíça (US$ 6,44), Suécia (US$ 5,23) e Noruega (US$ 5,21) o sanduíche é mais caro, fato destacado pela Economist. Nos outros 23 países, mais a zona do euro, o lanche se mostrou mais barato após a conversão, o que indica que a maioria das moedas globais estão mais baratas com relação ao dólar.
Isso se deve principalmente pela queda no preço das commodities, que afetou diretamente o real frente ao dólar, e a desaceleração da economia da China, que reduziu a demanda ao exterior. Além disso, a decisão do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) em elevar a taxas de juros em dezembro também pesa na depreciação cambial, aponta a revista.
O Brasil se mostra na posição mais alta do ranking entre os Brics. A China (US$ 2,68) ocupa a 19ª posição, enquanto a Índia (US$ 1,90), África do Sul (US$ 1,77) e Rússia (US$ 1,53) estão entre os últimos lugares da lista.
Confira o ranking do Índice Big Mac:
- Suíça
- Suécia
- Noruega
- Estados Unidos
- Dinamarca
- Israel
- Reino Unido
- Canadá
- Países da zona do euro
- Austrália
- Coreia do Sul
- Emirados Árabes
- Turquia
- Brasil
- Japão
- Tailândia
- Chile
- México
- China
- Hong Kong
- Argentina
- Indonésia
- Egito
- Índia
- África do Sul
- Ucrânia
- Rússia
- Venezuela
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