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O Brasil caiu uma posição no ranking que mede o nível de competitividade em 64 países do mundo de acordo com dados divulgados nesta segunda (19) pela escola de educação executiva suíça IMD. O país está na 60ª colocação a frente apenas de vizinhos como a Argentina e Venezuela e de nações como Mongólia e África do Sul.
A instituição levou em consideração indicadores econômicos de 2022 e a opinião de mais de 6,4 mil executivos dos 64 países avaliados. No Brasil, a coleta de dados e a pesquisa foram realizados pela Fundação Dom Cabral (FDC), que ouviu mais de 100 pessoas de diferentes setores, regiões e portes de empresas.
De acordo com o levantamento, o Brasil teve uma melhora de avaliação nas áreas de infraestrutura básica, atração de investimentos internacionais, emprego e preços, sobretudo dos combustíveis que tiveram desoneração, e alimentos. No entanto, ainda carece de melhores condições de educação, custo de capital, legislação trabalhista, finanças públicas, produtividade da força de trabalho e menor burocracia para a abertura de empresas.
A análise da FDC aponta que as empresas brasileiras ainda estão atrasadas na adoção de ferramentas de análises de dados (big data) e de inteligência analítica (analytics), ao passo que a baixa produtividade está associada a deficiências na formação de capital humano. Na questão de eficiência dos negócios, o Brasil caiu 12 posições em apenas dois anos, passando de 49º para 61º.
“Pelo tamanho do mercado e diversidade de sua economia, o Brasil é um país atrativo para investimentos, mas o relatório mostra que as condições de competitividade oferecidas para as empresas são piores do que as de outros países”, afirma Carlos Arruda, professor associado da FDC, em entrevista ao Estadão.
Entre os vizinhos sul-americanos, o Brasil está atrás de nações como o Chile (44º), Peru (55º) e Colômbia (58º). Já os países mais competitivos do mundo são a Dinamarca, Irlanda, Suíça, Cingapura e Holanda.