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Competitividade

Brasil cai em ranking global de competitividade no primeiro ano de Lula

Fernando Haddad
Ministro Fernando Haddad, que lidera a equipe econômica de Lula. (Foto: André Borges/EFE)

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O Brasil caiu 6 posições no Índice Firjan de Competitividade Global no primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com o levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro divulgado nesta quarta (11).

Segundo a publicação, o país ocupou em 2023 a 46ª posição entre 66 nações, um retrocesso em relação à 40ª posição alcançada há dez anos. A análise revela piora em três dos quatro grupos de indicadores avaliados: eficiência do Estado, infraestrutura e ambiente de negócios.

A Firjan aponta que houve avanço apenas no quesito de capital humano, mas insuficiente para acompanhar o progresso de outros países. “Quando olha eficiência do estado como um todo, o Brasil piorou no quesito controle da corrupção, nas tarifas e na proteção excessiva”, disse Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da instituição.

Veja o posicionamento do Brasil no ranking da Firjan em cada categoria:

  • Capital humano: 33º;
  • Infraestrutura: 47º;
  • Ambiente de negócios: 51º;
  • Eficiência do Estado: 52ª.

O índice da Firjan aponta que o ponto mais crítico para o país é a eficiência do Estado, com uma queda para a 52ª posição no quesito que avalia controle da corrupção, qualidade dos serviços públicos, respeito aos contratos e funcionamento do Judiciário.

A percepção de qualidade dos serviços públicos, por exemplo, coloca o país entre os oito piores, superando apenas sete nações. “Brasil está entre os oitos piores, ocupando a 56ª posição, ultrapassado por Índia e África do Sul, na eficácia do Estado”, emendou Goulart.

Outro quesito mal avaliado apontado pelo executivo é o respeito às regras e contratos e a ação do Judiciário, que afetam diretamente a confiança em investir no país.

Na infraestrutura, o cenário também é preocupante. A instalação de energia elétrica para novos negócios, por exemplo, leva em média 128 dias no Brasil, comparados aos 53 dias na Índia, um país com desafios semelhantes de desenvolvimento.

“[Brasil e Índia] estão na mesma corrida pelo desenvolvimento”, aponta Goulart.

Veja abaixo quais são os países líderes em competitividade (veja na íntegra):

  • 1- Cingapura;
  • 2- Suíça;
  • 3- Dinamarca;
  • 4- Finlândia;
  • 5- Suécia;
  • 6- Coreia do Sul;
  • 7- Alemanha;
  • 8- Noruega;
  • 9- Áustria;
  • 10- Holanda.

Segundo a pesquisa, o Brasil perde em competitividade para, entre vários países, o Panamá (40º), Vietnã (41º), Índia (42º), Indonésia (43º), Marrocos (44º) e África do Sul (45º). E aparece à frente de nações como a Sérvia (47º), Argentina (48º) e Paquistão (66º), último colocado no ranking.

No ambiente de negócios, mesmo com avanços em qualidade regulatória, o Brasil ainda não alcança seus pares. Fatores como segurança urbana e estabilidade política seguem sendo barreiras para melhorar a posição.

O único grupo de indicadores em que o Brasil não regrediu foi o de capital humano. No entanto, o investimento em educação por aluno é muito inferior ao dos líderes do ranking.

Segundo o estudo, o Brasil investe cerca de US$ 3,7 mil por aluno, enquanto a média dos cinco primeiros países (Cingapura, Suíça, Dinamarca, Finlândia e Suécia) é de US$ 22 mil.

Para Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, a educação de baixa qualidade é um dos principais entraves ao desenvolvimento do país. “As pessoas acabam não tendo acesso a uma educação de qualidade”, pontuou.

“Isso vira uma barreira para que consigam melhores postos de trabalho e um gargalo para as empresas que não conseguem mão de obra preparada para os novos tempos, à altura dos enormes desafios que as transformações tecnológicas impõem”, completou Caetano.

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