O Brasil anunciou nesta terça-feira apoio à ministra francesa Christine Lagarde na disputa pela chefia do Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o compromisso de Lagarde em continuar as reformas do FMI foi fundamental para a escolha.

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Lagarde concorre com o presidente do banco central do México, Agustín Carstens, para substituir Dominique Strauss-Kahn, que renunciou no mês passado em meio a acusações de crime sexual.

"Nós resolvemos escolher a ministra Lagarde seja pela sua experiência, pelo seu currículo, pelo seu conhecimento das questões econômicas mundiais e, fundamentalmente, pelo compromisso que a ministra Lagarde demonstrou em continuar as reformas do Fundo, não permitir o retrocesso em relação ao que nós avançamos nos últimos anos, que implicou em aumentar a posição dos países emergentes", disse Mantega a jornalistas.

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"Os países emergentes hoje têm uma posição mais importante... Nós esperamos que esse compromisso seja cumprido, de dar continuidade a essas reformas."

Em nota, o ministério detalhou as reformas que o governo brasileiro espera:

- Transferência de quotas em favor dos países emergentes e em desenvolvimento, aumentando seu peso no processo decisório do FMI, em linha com o seu dinamismo na economia mundial. Para tanto, a reforma de 2010 deve ser implementada com a maior brevidade e uma ampla revisão da fórmula de cálculo de quotas deve ser aprovada;

- Compromisso de que o próximo diretor-gerente do FMI não seja necessariamente um cidadão europeu;

- Os países pequenos devem ter voz adequada. Desde a crise global, os países pequenos têm enfrentado desafios específicos que demandam maior atenção do FMI;

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- Maior diversidade no "staff" do FMI em termos de nacionalidade, gênero e formação acadêmica e profissional;

- Aprimoramento da supervisão das economias avançadas sistemicamente importantes;

- Aprofundamento do conhecimento com as experiências nacionais de administração de fluxos de capitais, sem adotar abordagem prescritiva;

- Modernização das linhas de pensamento, adequando-se à realidade das economias mundial e domésticas e superando a prevalência do ideário imposto pelas economias avançadas.

Apoiada pela União Europeia, o G8 e alguns países africanos, Lagarde já era a principal concorrente.

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Nesta manhã, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, anunciou o apoio formal de seu país à francesa, e o ministro russo das Finanças, Alexei Kudrin, disse que a Rússia também votará nela.

O governo também disse que "registra, ademais, os méritos da candidatura do mexicano Agustín Carstens".