A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, María Consuelo Araujo Castro, deixará Brasília nesta quinta-feira com uma tarefa: conversar com o presidente Alvaro Uribe sobre o convite feito pelo chanceler Celso Amorim, para que os colombianos passem a ser membros do G-20. Amorim usou como argumento o fato de a Colômbia ser o único país da América do Sul que não faz parte do grupo de nações em desenvolvimento que luta, na Organização Mundial do Comércio (OMC), por maior acesso de suas exportações agrícolas aos mercados desenvolvidos.
- Fiz um convite à reflexão - disse o ministro das Relações Exteriores, ao lado da chanceler colombiana.
Amorim fez a sugestão à ministra praticamente às vésperas da reunião do G-20, que acontecerá no Rio neste fim de semana. Junto a outros grupos de países em desenvolvimento, o G-20 tem como meta destravar a Rodada de Doha, suspensa desde julho deste ano, devido às divergências entre os associados à OMC.
Economista, María Consuelo tem 35 anos de idade. Veio ao Brasil propor o estreitamento das relações bilaterais, numa tentativa de demonstrar que o recente acordo de livre comércio firmado pelos colombianos com os Estados Unidos não afeta a vontade da Colômbia de se alinhar politicamente e de forma mais enfática aos países sul-americanos. Ela fez questão de dizer, por exemplo, que seu país está completamente ligado à Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), criada há cerca de dois anos e praticamente esquecida.
- Nos sentimos em casa - disse a ministra, fazendo um trocadilho com a sigla da comunidade.
María Consuelo afirmou que a Colômbia quer o aumento do comércio e dos investimentos entre os dois países. Ela anunciou que, dentro em breve, deverá ser permitido o trânsito de pessoas entre os territórios colombiano e brasileiro sem necessidade de passaporte.