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País tem maior geração de empregos com carteira assinada em seis anos

Programa de estímulo ao emprego será anunciado pelo governo o quanto antes.
Atualmente, apenas a carteira de trabalho, título de eleitor e CPF são gratuitos. (Foto: Ana Volpe/Agência Senado)

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O Brasil criou 644 mil empregos com carteira assinada em 2019, segundo dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged).

O resultado é a diferença entre as contratações, que totalizaram 16.197.094 no ano passado, e as demissões, que somaram 15.553.015. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.

É o segundo ano consecutivo que as admissões superam as demissões. Em 2018, o Brasil criou 529,5 mil vagas e interrompeu um ciclo de três anos de resultado negativo das contratações.

Em 2015, ano em que o país estava em recessão, foram fechadas 1,5 milhão de vagas formais. No ano seguinte, mais um resultado negativo: 1,3 milhão de postos de trabalho foram encerrados. Em 2017, mesmo após o país ter saído da recessão, o mercado de trabalho fechou quase 12 mil vagas com carteira assinada.

O resultado do ano passado também é o melhor em seis anos (2014-2019). Ele perde para 2013, quando o país criou 1,1 milhão de empregos formais.

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que o número de 2019 superou as expectativas do governo e do próprio mercado financeiro. "O número supera nossa expectativa e as projeções do mercado financeiro, o que demonstra a confiança do setor produtivo na agenda econômica", afirmou por meio do Twitter.

"Vamos continuar trabalhando para melhorar as condições de empregabilidade com a aprovação da MP 905/2019, do programa Verde Amarelo. E prosseguir na agenda de desburocratização e simplificação", completou o secretário.

O secretário do Trabalho do ministério da Economia, Bruno Dalcomo, diz que o resultado de 2019 é um sinal da retomada da economia. "É uma retomada sustentável, baseada nos principais setores."

Dalcomo diz que é possível que, em 2020, o Brasil gere 1 milhão de postos com carteira assinada caso a economia cresça 3%. "Conseguir um novo emprego não será tão difícil como era antes, principalmente neste momento que a economia se aquece", comentou em entrevista coletiva.

Setores

O setor de serviços puxou as contratações em 2019 ao criar, sozinho, 382 mil vagas. O número é pouco mais da metade do total de vagas criadas pelo país no ano passado. Logo atrás do setor de serviços aparece o comércio, que criou 145 mil postos formais. Em terceiro lugar, está a construção civil, com 71 mil novas vagas. Tanto o comércio quanto a construção civil melhoraram seus números de criação de vagas em 2019 na comparação com 2018.

Segundo os dados do Caged, todos os oito setores da economia criaram vagas em 2019. É a primeira vez que isso acontece desde 2013. No ano passado, mesmo com o país tendo criado 529,5 mil vagas, a administração pública acabou tendo mais demissões do que admissões: um saldo negativo de 4 mil postos de trabalho. Neste ano, o setor público encerrou o ano passado com a criação de 822 vagas.

Todas as regiões criaram vagas em 2019

Em relação as regiões do país, as cinco fecharam com resultado positivo em 2019. Quem liderou a criação de vagas foi o Sudeste, como é de praxe. Foram 318 mil postos de trabalho criados ao longo do ano passado. Em segundo lugar está a região Sul, com geração de 143 mil postos. O Nordeste ficou na terceira colocação (76,5 mil vagas), seguido do Centro-Oeste (73 mil vagas). Por último, está o Norte, que criou 32 mil vagas.

Em 2019, o salto de vagas também foi positivo em todos os estados do país. O destaque ficou para o estado de São Paulo, com a geração de 184 mil postos de trabalho. Em segundo e terceiro lugar ficaram Minas Gerais e Santa Catarina com, respectivamente, a criação de 97,7 mil e 71,4 mil vagas.

Salário

Ainda de acordo com os dados do Caged, houve um pequeno aumento real também nos salários, mas ainda longe de recuperar as perdas dos anos de crise. No ano passado, o salário médio de admissão foi de R$ 1.626,06, já o salário médio de desligamento foi de R$ 1.791,97.

Em termos reais (mediante deflacionamento pelo INPC), o salário médio de admissão teve um crescimento de 0,63% em relação a 2018.

Trabalho intermitente e tempo parcial

Os dois regimes de trabalho criados ou alterados pela reforma trabalhista do governo Temer - o trabalho intermitente e o regime de tempo parcial - responderam por 16,5% das vagas criadas pelo país em 2019. Juntos, eles somaram a criação de 106 mil postos de trabalho.

No caso do trabalho intermitente, o saldo ficou positivo em 85.716 empregos. O melhor desempenho foi do setor de Serviços, que fechou 2019 com 39.716 novas vagas. As principais ocupações foram assistente de vendas, repositor de mercadorias e vigilante.

Já no regime de tempo parcial, foram criados 20.360 empregos. Os setores que mais contrataram nessa modalidade foram serviços (10.620), comércio (7.787) e indústria de transformação (1.259). As principais ocupações foram repositor de mercadorias, operador de caixa e faxineiro.

Segundo o secretário de Trabalho, Bruno Dalcomo, o trabalho intermitente vem crescendo. "Mais setores estão enxergando o trabalho intermitente para cobrir as pontas de demanda. O intermitente tem crescido. Ele não foi destinado a substituir nenhuma forma de contratação, mas de dar mais uma opção."

"O trabalho intermitente foi pensado para setores que são reféns dessa oscilação de demanda, como bares e restaurantes, setor de eventos. Mas os setores que têm se aproveitado do intermite tem nos surpreendido. Loja de vendas de eletrodoméstico tem incorporado trabalhadores intermitentes e isso tem sido utilizado para obtenção de contato de mais horas", completou.

Ainda segundo Dalcomo, o trabalho intermitente deve continuar crescendo, mas sem ser dominante.

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