O Brasil não deveria se preocupar com o crescimento dos Estados Unidos nos próximos cinco anos, segundo o professor de economia política da Universidade de Columbia (EUA) e Prêmio Nobel de economia do ano passado, Edmund Phelps.
Em palestra dada nesta quinta-feira (23) no 3º Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro, em Campos do Jordão (SP), Phelps disse que não há evidências históricas de que o crescimento em uma parte do mundo signifique necessariamente a expansão de outras economias, como acreditam alguns especialistas.
"É uma falácia dizer que uma maré alta eleva todos os barcos". Ele citou o crescimento da produtividade nos Estados Unidos de 1920 a 1941 e da Europa de 1955 a 1980, acrescentando que nesses períodos não houve expansões em outras economias do globo. "Portanto, os brasileiros não deveriam se preocupar com uma taxa de crescimento dos Estados Unidos nos próximos um, três, cinco anos", sugeriu, acrescentando estar consciente de que sua opinião parece uma heresia e pode soar como uma contra-indicação.
"É claro que o desenvolvimento dos Estados Unidos levaria a um crescimento mais rápido das exportações no Brasil", ponderou. Este avanço, no entanto, leva a outros fatores não tão benéficos, como o aumento das taxas de juros no mundo, que deve ser seguido por outros países, como o Brasil. Isso, segundo ele, desencorajaria a competição de empresas do país.
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